“Impeachment é uma bomba”, diz Joaquim Barbosa

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa usou seu Twitter para fazer uma análise da ‘ferramenta’ impeachment. Na madrugada de quinta-feira (21), o ex-ministro comentou, em 14 mensagens, ‘sobre o drama político-constitucional’, que seria tema de sua palestra em Florianópolis, no dia seguinte. Para Barbosa, o impeachment é uma ‘bomba’, um ‘mecanismo legítimo, mas traumático’ e que deve ser usado ‘com precisão quase científica’.

No último domingo (17), a Câmara dos Deputados aprovou, com 367 votos favoráveis, mais do que os 342 necessários, o seguimento do processo de impedimento de Dilma Rousseff (PT), que agora está sob análise no Senado.

“Na sexta falarei ‘umas palavrinhas’ sobre o drama político-constitucional atual, numa palestra que proferirei em Florianópolis”, disse Barbosa a seus seguidores.

Mecanismo legítimo, mas traumático

“Os que privam da minha intimidade, os que observaram e analisaram meu modo de pensar e de tomar decisões; os que se recusam a abordar o direito constitucional e a ciência política como se fossem uma criação autóctona, chã e provinciana; os que me ouviram em algumas conferências que proferi Brasil afora nos últimos meses; esses, sim, já sabem o que eu vou dizer em Floripa”, apontou ainda.

“Impeachment é uma formidável ferramenta contramajoritária. É inerente ao próprio sistema presidencial de governo. É previsto na nossa Constituição, em uma lei federal e em normas regimentais da Câmara e do Senado”, explicou rapidamente.

“Mas o que pouca gente sabe, e os que sabem fingem não saber, é o seguinte: Impeachment é uma bomba! É um mecanismo legítimo, mas traumático; necessário, mas deve ser usado com precisão quase científica. Regenerador em alguns casos, mas em outros pode se revelar destrutivo, convulsivo, provocador de ‘rachas’ duradouros na sociedade. Tenham em mente: impeachment foi concebido POR e PARA uma sociedade de antanho, em que ainda predominavam as “guerras de facções”. Foi concebido por pessoas que criavam normas para o presente, mas pensando na sua aplicabilidade no futuro, algumas gerações à frente”, opinou Barbosa. 

Redação Brasil News

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