Impacto da redução dos juros e da inflação não será imediato

Nesta semana, o Banco Central anunciou a redução de 0,75% na taxa básica – Selic – o índice oficial que mede o percentual de juros no País. Os juros estavam em 13,75% e agora estão em 13% ao ano. O BC também comemorou a redução da inflação, que se manteve abaixo do teto da meta estipulada pelo Governo Federal. Os consumidores estavam reclamando da alta dos preços em diversos segmentos e da dificuldade de acesso ao crédito. Analistas ouvidos pela Agência Brasil creem, no entanto, que os reflexos econômicos ainda devem levar algum tempo para serem notados.

Mesmo com o anúncio da redução no índice inflacionário, ainda não houve repasse nos preços. De acordo com os analistas e economistas, os efeitos não são sentidos por estarem diluídos no preço médio dos produtos e serviços. Para as faixas de renda mais baixas, o impacto dos preços costuma ser maior. Em outros casos, mesmo com as reduções, os preços podem se manter ou até subir em razão de fatores externos como problemas na safra, mudanças climáticas, aumento no preço dos combustíveis ou fatores que levem a redução da oferta do produto.

A queda da Selic para 13% ao ano pode trazer resultados positivos para a economia do País. Isso porque as demais taxas podem ser puxadas para baixo junto com o índice, criando um cenário mais otimista no mercado. Os órgãos de defesa do consumidor, contudo, estão cautelosos e alertam que os juros no país continuam altos e podem contribuir para o endividamento.

Crise generalizada

Conforme o advogado e economista Jaques Fernando Reolon, a crise não afetou apenas os empregados. Ela também atingiu os patrões, tendo sido mais forte em alguns segmentos e mais branda em outros.

“Por isso, a tendência é de que somente haja redução nos preços de produtos e serviços quando a economia começar a dar sinais de retomada, o que ainda está ocorrendo de forma tímida”, afirma.

O especialista destaca que, com o desemprego estacionado, consome-se menos e a inflação acaba sendo reduzida. Já o setor bancário se preserva mais para evitar a inadimplência, o que acaba restringindo o acesso ao crédito.

“O momento é de cautela e, embora a economia do País esteja melhorando, grandes dívidas ou investimentos mais arriscados devem ser postergados para um momento mais oportuno”, observa Jaques Reolon.

Redação Brasil News

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