Relatório do Banco Mundial mapeia investimentos digitais no Brasil

Em evento realizado no último dia 7, foi lançado o Relatório Mundial de 2016 – Dividendos Digitais, produzido pelo Banco Mundial, que explica que crescimento, empregos e serviços são os retornos mais importantes – dividendos digitais – dos investimentos digitais.

O documento foi apresentado durante o seminário “Viabilizando a Economia Digital e a Inovação no Brasil”, promovido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG. O relatório demonstra como as tecnologias ajudam as empresas a se tornarem mais produtivas e auxiliam as pessoas a encontrarem mais empregos e oportunidades, bem como possibilitam que os governos prestem melhores serviços.

Diminuição do custo da informação

O relatório destaca que as tecnologias digitais promovem o desenvolvimento e geram dividendos digitais ao reduzirem os custos da informação, as tecnologias digitais reduzem enormemente o valor das transações econômicas e sociais para as empresas, indivíduos e setor público. Promovem a inovação e aumentam a eficiência à medida que as atividades e os serviços existentes tornam-se mais baratos, mais rápidos ou mais convenientes. Outro benefício seria o aumento da inclusão à medida que as pessoas obtêm acesso a serviços que anteriormente estavam fora de seu alcance.

Para o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, um importante dado apresentado pelo relatório é que, embora já se perceba o grande poder de desenvolvimento promovido pela utilização da rede mundial de computadores, ela continua indisponível, inacessível ou fora do alcance econômico para a maioria da população mundial.

“O texto destaca que a vida da maioria dos habitantes do mundo continua em grande parte intocada pela revolução digital. Somente cerca de 15% têm condição econômica para dispor de internet banda larga”, observa.

Além desse número baixo de usuários, o relatório destaca um hiato nas capacidades digitais em relação àqueles países que já alcançaram maior amplitude de acessos. É utilizado o exemplo da União Europeia para explicar que há uma maior probabilidade das empresas utilizarem a internet para interagir com o governo do que o cidadão. Lá, os cidadãos usam o governo eletrônico principalmente para obter informação, e não para fazer transações com o governo.

Brasil está distante do ideal

Para o professor, é certo supor que o Brasil está ainda distante da plenitude de acesso à banda larga, mas que nada impede o espelhamento da experiência observada na União Europeia no Brasil.

“É importante que o governo esteja atento para manter e aperfeiçoar os canais de participação e serviços à população pela internet. É preciso estimular o governo eletrônico”, ressalta Jacoby.

O especialista explica que, além de oferecer a ferramenta, é preciso criar uma cultura de utilização para a população. Segundo o advogado, o Brasil utilizou o e-Social como uma dessas ferramentas para aproximar o Estado do contribuinte. Inconsistências e omissões no sistema, porém, provocaram dificuldade na utilização, o que levou os desenvolvedores a buscarem constantes alterações até um modelo definitivo, que até então não se consolidou.

A busca por mecanismos capazes de atender a todos os cidadãos deve ser uma preocupação constante do governo. Não é à toa que o relatório conclui que a conectividade para todos continua a ser uma meta importante e um enorme desafio. Mas os países também precisam criar condições favoráveis para a tecnologia ser eficiente. Quando houver ausência de complementos analógicos, o impacto sobre o desenvolvimento será desapontador. Mas quando os países criam um fundamento analógico sólido, colhem dividendos digitais amplos – em crescimento mais rápido, mais empregos e melhores serviços”, conclui Jacoby Fernandes.

Redação Brasil News

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