Dilma usa rádio e TV para pedir paciência a população
A presidente Dilma Roussef fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite de domingo, dia 8, pela passagem do Dia Internacional da Mulher e para explicar e pedir apoio da população às medidas do ajuste fiscal colocadas em prática pelo ministro da Fazenda, Fernando Levy. Ela negou que o Brasil esteja passando por uma crise de grandes dimensões, procurou tranquilizar a opinião pública com a promessa de que as dificuldades atuais “são passageiras” e atribuiu parte dos problemas ao cenário internacional e a falta de chuvas. A presidente fez questão de frisar que os direitos dos trabalhadores são sagrados e não serão prejudicados, em resposta às reações das entidades sindicais que não concordam com mudanças no seguro-desemprego.
Dilma garantiu compreender a irritação e a preocupação dos brasileiros diante do cenário atual, marcado por inflação em alta, economia fraca e aumento do endividamento das famílias. Pediu a confiança da população e conclamou a todos a se unirem em um esforço coletivo para a retomada do crescimento, mas em algumas capitais, parte da população procurou manifestar seu desagrado com a política econômica e protestou com “panelaço”, o soar insistente de buzinas e gritos de “fora Dilma”, que ecoavam das janelas dos apartamentos.
PETROBRAS
“Com coragem e até sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justiça social em favor dos mais pobres, como também aplicar duramente a mão da Justiça contra os corruptos. É isso, por exemplo, que vem acontecendo na apuração ampla, livre e rigorosa nos episódios lamentáveis contra a Petrobras” afirmou da presidente Dilma.
Em tom compreensivo, em relação aos protestos da população, a presidente Dilma, disse: “Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira. O Brasil tem todas as condições de vencer estes problemas temporários. E esta vitória será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento. Peço a vocês que nos unamos e que confiem na condução deste processo pelo governo, pelo Congresso, e por todas as forças vivas do nosso país, e uma delas é você”.
O escândalo de corrupção na Petrobrás, que entrou numa fase aguda após a abertura na sexta-feira de inquéritos contra políticos, foi mencionado rapidamente e apenas no fim de sua fala. Dilma frisou que a investigação das denúncias na estatal é “ampla, livre e rigorosa”. Com isso, buscou responder as acusações que vem sofrendo, não só por parte de adversários como de parlamentares da base aliada, de que seu governo tenta interferir nas apurações da Operação Lava Jato.
“Com coragem e até sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justiça social em favor dos mais pobres, como também aplicar duramente a mão da justiça contra os corruptos. É isso, por exemplo, que vem acontecendo na apuração ampla, livre e rigorosa nos episódios lamentáveis contra a Petrobrás”, afirmou em cadeia de rádio e TV.