Ex-jogador da seleção brasileira é suspeito em fraude na loteria
Edílson da Silva Ferreira, o famoso ‘Capetinha”, ex-jogador da seleção brasileira, foi apontado pela Polícia Federal como membro de uma quadrilha que fraudava prêmios de bilhetes da loteria. A operação, batizada de Desventura, foi iniciada na manhã desta quinta-feira (10) nos estados da Bahia, Goiás, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal. Aproximadamente 250 policiais federais cumprem 54 mandados judiciais, segundo informações do jornal A Tarde. Ao todo, o esquema criminoso já teria causado prejuízo R$ 60 milhões.
Vale lembrar que quando um prêmio da loteria não é retirado, o dinheiro é destinado ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). No ano passado, por exemplo, os ganhadores de loteria deixaram de pegar R$ 270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, entre outros.
Todos os membros da quadrilha responderão por organização criminosa, tráfico de influência, estelionato qualificado, corrupção ativa e passiva, evasão de divisas e falsificação de documento público, informou a PF.
De acordo com informações da PF, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do ex-jogador de Corinthians. Além do pentacampeão de 2002, um primo dele foi preso durante a operação. Ele é apontado como um dos principais alvos da investigação.
Dos 54 mandados judiciais, cinco são de prisões preventivas, oito de temporárias, 22 de conduções coercitivas e 19 de buscas. No Twitter, a PF afirmou que os membros da quadrilha eram recrutados por grandes correntistas, entre eles Edilson Capetinha.
A atuação de um doleiro, com nome não divulgado, também foi identificada no esquema. De acordo com a PF, a quadrilha praticava desvios também na utilização do BNDES e do Construcard.
O esquema
Segundo a PF, as fraudes aconteciam da seguinte maneira: primeiro, era necessário captar e validar prêmios não recolhidos pelos vencedores da loteria esportiva. Para despistar as transferências, os membros da quadrilha usavam contas de pessoas com movimentações financeiras significativas, como a de Edilson Capetinha. Ele “emprestou” sua conta no banco para desviar os valores.
Alguns gerentes de bancos, com informações privilegiadas, eram escolhidos pelos correntistas para participarem do esquema.