Cunha e sua mulher teriam tentado atrapalhar investigações no Brasil
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sua esposa, a jornalista Cláudia Cruz, teriam se esforçado para impedir a transferência do dinheiro e das provas sobre as contas deles da Suíça para o Brasil. Com isso, a ideia era atrapalhar as investigações sobre o assunto no Brasil.
Por meio de advogados, o casal teria entrado com um recurso na Câmara de Apelação Criminal do Tribunal Federal da Suíça para travar o repasse do dinheiro e das provas do Ministério Público suíço para a Procuradoria-Geral da República no Brasil. As informações são do jornal O Globo.
Histórico
A novela que envolve o casal Eduardo Cunha e Cláudia Cruz começou ainda no início deste ano. Quando foi citado na Operação Lava Jato, o presidente da Câmara tratou logo de se defender. No dia 12 de março, ele disse em depoimento à CPI da Petrobras, que não tinha contas bancárias no exterior. E negou qualquer envolvimento com o esquema de corrupção dentro da Petrobras.
A tentativa do presidente da Câmara e da mulher dele de barrar a investigação no Brasil a partir de um recurso, no entanto, não gerou o resultado esperado. O pedido ainda não foi julgado. Além disso, são poucas as chances de que o deputado e a mulher tenham sucesso. As leis suíças vedam a estrangeiros o bloqueio de remessas de documentos relacionados a investigações criminais de âmbito internacional a outros países.
Suíça em parceria com o Brasil
A Suíça enviou os documentos para a Procuradoria-Geral. Por isso, agora, a expectativa é que faça o mesmo em relação ao dinheiro bloqueado em duas das quatro contas de Eduardo Cunha e sua família. Até agora, foram bloqueados 1,3 milhão de francos suíços: ou seja, quase R$ 10 milhões.
Os documentos enviados pela Suíça iniciaram um segundo inquérito contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Além da esposa, a filha de Cunha, Danielle Cunha, também é alvo da investigação. Pelo relatório do Ministério Público suíço, Cunha e a mulher têm quatro contas nada modestas no Julius Baer, banco exclusivo para clientes com altos rendimentos mensais. Uma das contas servia exclusivamente para pagar os gastos com cartões de crédito internacional de Cláudia Cruz e Danielle.