Falha humana é apontada como a principal causa do acidente de Eduardo Campos
Oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) divulgaram nesta terça-feira (18) as conclusões da investigação do acidente aéreo que vitimou sete pessoas, entre elas o ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo Campos, em agosto de 2014.
De acordo com o Cenipa, houve quatro fatores que contribuíram para a queda do avião: a atitude dos pilotos, as condições meteorológicas adversas, a desorientação espacial e a indisciplina de voo. Outras hipóteses também foram cogitadas, mas sem avanços nas provas.
Veja as conclusões:
Indisciplina de voo: segundo o Cenipa, houve um desvio da aeronave durante o pouso.
Atitude dos pilotos: no momento de aproximação do solo, o fato de os pilotos terem feito um trajeto diferente do programado revela que eles não cumpriram aos procedimentos previstos, o que terminou gerando a necessidade de arremeter.
Condições meteorológicas adversas: as condições do tempo também colaboraram para a queda do avião. Elas”estavam próximas dos mínimos de segurança”, mas isso, por si só, não implicava riscos à operação. Segundo o Cenipa, os pilotos deveriam ter consultado o boletim meteorológico mais recente, pouco antes de subirem com o avião.
Desorientação: A redução da visibilidade em função das condições meteorológicas, além do estresse e aumento da carga de trabalho em função da realização da arremetida, também estão relacionados à queda.
Famílias reclamam
Apesar da tentativa de esclarecimento, o advogado que representa as famílias do piloto e do copiloto, Josmeyr Oliveira, disse que os parentes ficaram “inconformados” com a análise do Cenipa.
Na avaliação do advogado, o documento deposita toda a culpa pela tragédia sobre os pilotos e não avança sobre possíveis falhas da própria aeronave. “Um ponto diferencial do relatório seria realizar um simulador de voo nas mesmas condições daquele dia, pegando a perspectiva das aeronaves. A resposta que o Cenipa nos deu é que tentaram [simular], mas a empresa contratada pelo fabricante não permitiu em razão da investigação em curso da Polícia Federal”, afirmou Oliveira.