Vacina contra zika pode ficar pronta em menos de dois anos
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse, nesta quinta-feira (11), que o Instituto Evandro Chagas, sediado em Belém, fará uma parceria com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, para desenvolver uma vacina contra o vírus zika. De acordo com o gestor, a experiência das instituições pode encurtar o prazo de formulação do produto, previsto, inicialmente, em até dois anos.
“Como o instituto e a universidade têm o mesmo viés, fizemos essa parceria para desenvolver a vacina. Sabemos que é demorada, mas há um grande otimismo de que poderemos desenvolver a vacina em um tempo menor que o previsto. Aproximadamente em um ano, podemos ter essa vacina desenvolvida”, destacou o ministro.
O lado brasileiro do desenvolvimento deve ser coordenado pelo pesquisador Pedro Vasconcelos, do Evandro Chagas. “Essa vacina vai ser feita da seguinte maneira: após o sequenciamento do vírus zika, que já está acontecendo, a parte que é responsável pelo desenvolvimento de anticorpos no hospedeiro será incorporada a uma molécula sintética, que vai estimular o organismo humano”, disse o estudioso.
Boa parte da pesquisa será desenvolvida em Galveston, no Texas, esclareceu Vasconcelos. Os testes pré-clínicos, que antecedem a aplicação em humanos, devem ser realizados simultaneamente em Galveston, em camundongos, e em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, em macacos.
O prazo para desenvolvimento do produto não significa, porém que a vacina estará disponível na rede de saúde em um ano, por exemplo. Além dos testes em animais, a fórmula precisa ser testada em humanos, enviado para laboratórios de outras partes do mundo e registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).