Dilma fala em “golpe em curso” e garante que não irá renunciar
A presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento enérgico na tarde desta terça-feira (22), após encontro com juristas. A petista reforçou que não renuncia em nenhuma hipótese. Além disso, salientou, tem a consciência tranquila de não ter cometido qualquer ato ilícito ou irregularidade que caracterize crime de responsabilidade para um processo de impeachment.
Na avaliação da presidente, os que pedem a sua renúncia mostram a fragilidade de suas convicções em relação ao processo em curso no Congresso. “Tentam ocultar justamente este golpe contra a democracia. Posso assegurar a vocês que não compactuarei. Por isso, não renuncio em hipótese nenhuma”, disse Dilma.
Integrantes das diversas áreas do Poder Judiciário participaram nesta terça-feira (22) do ato “Juristas pela Legalidade e em defesa da Democracia”, em apoio à presidente, no Palácio do Planalto.
“Pode-se descrever um golpe de Estado com muitos nomes, mas ele sempre será o que é, a ruptura da legalidade, um atentado à democracia, não importa se a arma do golpe é o fuzil, a vingança ou vontade de alguns de chegar mais rápido ao poder”, destacou a presidente em seu discurso, lembrando que, na época da ditadura militar, o “uso inadequado” de palavras também era recorrente.
“Eu denuncio aqui a estratégia do ‘quanto pior, melhor’, que parte das oposições assumiu desde o início do meu segundo mandato, inconformada com os resultados das urnas. Essa estratégia do ‘quanto pior, melhor’ vem sendo uma ação sistemática antirrepublicana e antidemocrática, se manifestou em pautas bomba, na busca de motivo falsos e inconsistentes para tirar um mandato outorgado pelo povo brasileiro”, afirmou a petista.
A presidente afirmou também que o processo de impeachment, como instrumento para afastar mandatários quando há crime de responsabilidade claramente demonstrado, em um regime presidencialista, precisa de provas inquestionáveis. Caso não ocorra, se torna ele próprio um “crime contra a democracia”.