Luiz Estevão se entrega à polícia em Brasília
O empresário e ex-senador pelo Distrito Federal Luiz Estevão recebeu, aparentemente com tranquilidade, a decisão da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo que determinou, na noite dessa segunda-feira (7), a detenção imediata dele para cumprimento da pena de 31 anos de reclusão pelos crimes de peculato, estelionato qualificado, corrupção ativa, uso de documento falso e participação em quadrilha ou bando.
Ele se apresentou à Polícia Civil do DF no início da manhã desta terça-feira (8). Antes, ele já havia dito que se entregaria por achar “mais prático” do que esperar policiais irem buscá-lo.
“Era um cenário que aconteceria em algum momento e terminou por acontecer hoje. Isso ai é uma questão agora para advogado. O que vou fazer é aguardar a expedição do mandado e ficar à disposição da polícia para iniciar o cumprimento da pena, que é minha obrigação, apenas isso”, afirmou Estevão à Rádio Nacional.
A ordem de prisão contra Luiz Estevão é do juiz federal Alessandro Diaferia, baseada na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-senador foi condenado, em maio de 2006, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região por integrar um esquema de fraudes e desvio de recursos da União na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em São Paulo.
Luiz Estevão foi eleito deputado distrital, em 1994, pelo PP. Quatro anos depois, foi eleito senador pelo PMDB do Distrito Federal. No ano seguinte, começaram as suspeitas envolvendo o nome de Estevão. Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário do Senado Federal, ele surgiu como diretamente envolvido com o juiz Nicolau dos Santos Neto no esquema de desvio de verbas das obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em São Paulo.
Em 2000, por 52 votos a favor, 18 contra e 10 abstenções, foi o primeiro senador a ter o mandato cassado pelo Senado. Em decorrência do processo do esquema de fraudes nas obras do TRT, foi preso duas vezes. Mas, solto pouco tempo depois.
Em 2006, o ex-senador foi condenado a 31 anos de detenção pelo desvio de R$ 169 milhões na execução da construção em São Paulo. Desde que a sentença foi proferida, o ex-senador apresentou 34 recursos contra a condenação. Todos foram recusados pela Justiça.