Pesquisa aponta que fraudes nas empresas diminuíram no Brasil
De acordo com a 8ª edição da pesquisa bianual sobre crimes econômicos da consultoria PwC, as fraudes nas empresas brasileiras diminuíram nos últimos 24 meses. A porcentagem de companhias que se declararam vítimas de crimes econômicos caiu para mais da metade: de 27% em 2014 para 12% em 2016. O estudo pesquisou 211 empresas.
O novo resultado aponta que a parcela de empresas afetadas por crimes econômicos está entre a mais baixa da pesquisa, que ouviu 115 países. A ocorrência de fraude nas empresas brasileiras seguiu tendência global de queda, mas com o nível bem maior que os demais locais. Mundialmente falando, o nível baixou apenas 1% e 7% na América Latina.
Dentre os motivos apontados pelo estudo para justificar os resultados, destaca-se o maior investimento das empresas em controles de prevenção de fraudes, especialmente depois da entrada em vigor da Lei Anticorrupção. Além disso, a pesquisa sugere que a onda de escândalos econômicos que afeta o Brasil pode ter inibido a ação dos fraudadores.
Para o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, a Lei Anticorrupção agrega um importante avanço nas normas que, após a Constituição Federal de 1988, verticalizam o princípio da moralidade e o combate à corrupção.
“Embora ainda haja alguns pontos a serem aperfeiçoados na norma, é certo que a Lei é um importante instrumento que o Estado possui para evitar maiores lesões provocadas por parte das pessoas jurídicas que contratam com o Poder Público. A pesquisa da PwC demonstra essa vocação moralizadora da Lei que, com os demais elementos destacados no texto, geraram a redução de tais irregularidades nas companhias”, observa Jacoby Fernandes.