Laudo do MP aponta rachadura e falhas no projeto da ciclovia Tim Maia
A ausência de pilares para ancorar a ação de fortes ondas foi apontada como fator principal para o desabamento da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, de acordo com Ministério Público do Estado do Rio (MP). A afirmação está na representação que instaura o inquérito civil público para apurar as responsabilidades pelo acidente, que aconteceu no dia 21 de abril. Duas pessoas morreram na queda.
Assinado pelo promotor Vinicius Leal Cavalleiro, o documento destaca “que houve minimamente uma falha, ou na concepção do projeto, por parte do poder público contratante e/ou na execução deste mesmo projeto (eis que, além de mal projetado, este pode ter sido também mal executado)”.
O promotor ressalta a afirmação em um laudo preliminar do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate), do MP, elaborado pelos peritos Eduardo Nei de Jesus Vieira, arquiteto e urbanista, e Manoela de Moraes Silva, engenheira civil. Os técnicos do MP averiguaram a situação no dia do desabamento do trecho da ciclovia.
“O fator determinante da ocorrência do acidente se deveu à ação de fortes ondas que atingiram as lajes apoiadas pelos pilares 48, 49 e 50, tendo contribuído significativamente para o resultado, o partido estrutural de mero apoio das lajes, sem qualquer tipo de ancoragem, nos pilares; neste mesmo sentido, destaca-se que o trecho afetado tem a linha de base totalmente exposta à ação das ondas”, salientam. No dia da vistoria, os peritos registraram, com imagens, o pilar 49 com uma rachadura.
MP aponta improbidade administrativa
O inquérito civil investiga ainda atos de improbidade administrativa na contratação do consórcio Contemat-Concrejato pela Fundação Geo-Rio (ligada à prefeitura). Os responsáveis legais do grupo empresarial são parentes do Secretário Municipal de Turismo do Rio de Janeiro, Antônio Pedro Figueira de Melo. O fato pode configurar, segundo a representação, “em aparente contradição com as finalidades legais para as quais foi criada a contratante, e em condições técnicas eventualmente irregulares, ou contratualmente inadequadas”.
Tenham acesso a mais de 80 fotos originais e em alta resolução, com apontamentos sobre as causas do desabamento, inclusive, fato não abordado pelo MP e laudo do CREARJ.
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Vejam o vídeo gravado pelo ônibus (em câmera lenta), as bandejas não foram suspensas pelas ondas!