Após comandar impeachment, Cunha parece ganhar mais apoio
Apesar das constantes mudanças no cenário político brasileiro, uma das cartas ainda não saiu do lugar. O que não se altera é o poder que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem na Câmara dos Deputados. Impopular nas ruas, já que 77% da população defendem sua cassação, ele continua praticamente intocável nos bastidores do Congresso. A avaliação é do site “El País Brasil”.
Réu no Supremo Tribunal Federal, denunciado no Conselho de Ética da Câmara, citado por sete investigados na Operação Lava Jato, sendo que, no último relato, foi acusado de receber 52 milhões de reais em propinas, o presidente da Câmara deve manter-se de pé em um eventual Governo Michel Temer.
Na avaliação de um aliado do vice, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), a continuidade de Cunha na presidência da Casa poderia ser mais útil que nociva ao novo Governo, dado ao seu poder de comando demonstrado. Isso sem contar que deverá se tornar o primeiro na linha sucessória da Presidência da República.
Com o pedido de seu afastamento do cargo adormecendo nos gabinetes do Supremo Tribunal Federal há 136 dias, Cunha parecer não encontrar resistências para continuar exercendo sua atual função, que só termina em fevereiro de 2017.
Julgamento sem data marcada
Nesta semana, o ministro que relata a ação do Ministério Público Federal que pede o afastamento de Cunha, Teori Zavascki, afirmou que chegou a hora de analisar se o parlamentar pode estar na linha sucessória da Presidência da República. Isso porque um réu no STF está proibido, em tese, de ocupar a cadeira presidencial. Zavascki, porém, não disse quando o processo será julgado.
Enquanto isso, aparentemente, entre boa parte dos deputados aumenta a intenção de proteger o homem que tornou possível o andamento do processo de impeachment da petista Dilma Rousseff.