Por 11 a 9 Conselho de Ética aprova cassação de Cunha
A aprovação do pedido de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética aumentou o clima de medo no Palácio do Planalto. Interlocutores do presidente interino Michel Temer insistem na ideia de que o tema pertence ao Legislativo e não ao Executivo, porém admitem que há receio do “poder explosivo” de Cunha.
Depois da votação, na terça-feira (14), o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, esquivou-se de falar sobre o assunto. “Prefiro não comentar. Esse é um assunto da Câmara”, disse.
Mais cedo, quando estava no Rio de Janeiro, o próprio Temer declarou que o Executivo não interferiria nos demais Poderes e que, ao assumir interinamente a Presidência, pregou a “reconstitucionalização” do país. “É preciso acabar com o Executivo se meter nas coisas do Legislativo e do Judiciário”, destacou.
Apesar da tentativa de amenizar a situação, no entanto, um aliado de Temer que esteve no Planalto após o resultado demonstrava claramente a sua preocupação com Cunha. “Essa conta vai ser alta. Ele não vai cair sozinho”, declarou.
Proximidade
Apesar da tentativa de Temer se manter “neutro” quanto à situação de Cunha, fato é que a relação de todos os peemedebistas com o presidente afastado da Câmara é muito próxima.
Exemplo disso é que no mesmo momento em que ocorria a votação no Conselho Ética, outros peemedebistas que não estavam lá visivelmente ficaram irritados e preocupados com a notícia da aprovação da cassação de Cunha.
Com o avanço das investigações da Operação Lava-Jato e o cerco se fechando contra Cunha, criou-se a ideia de vingança e que ele possa “sair atirando”, atingindo o próprio Temer.
Até o momento, contudo, não há nenhuma investigação em andamento contra o presidente interino.