‘Rei da fronteira’ é morto no Paraguai
O brasileiro Jorge Rafaat Toumani, condenado por tráfico de drogas pela Justiça brasileira, foi assassinado com 16 tiros, na noite de quarta-feira, na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
O homicídio causou tensão na fronteira. Em Ponta Porã (MS), houve toque de recolher, e tanques do Exército saíram às ruas. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame disse nesta quinta-feira que o assassinato de Rafaat vai mexer com o futuro da criminalidade no Brasil:
“Ele era antigo fornecedor de drogas e armas do Paraguai, não permitia e não gostava que brasileiros se estabelecessem no país. Ele foi morto de forma cinematográfica. Temos relatórios informando que uma facção de São Paulo está no Paraguai há bastante tempo. Se isso está acontecendo, teremos brasileiros deste grupo de traficantes trazendo armas e drogas até São Paulo. De lá, serão distribuídas para o país todo. É algo muito sério. O Brasil, como nação, precisa tomar uma providência”, apontou Beltrame.
Rafaat era conhecido como o rei do tráfico na fronteira Brasil-Paraguai, que pertencia a Fernandinho Beira-Mar, preso desde 2002. No momento em que foi morto, segundo testemunhas, ele dirigia uma caminhonete blindada. O veículo, porém, não segurou o impacto dos disparos.
Ontem, uma das lojas de pneus de Rafaat, em Pedro Juan Caballero, amanheceu queimada, mas funcionou normalmente. Ele havia sido condenado no Brasil por tráfico, em 2014, pela apreensão de um carregamento de 492 quilos de cocaína, em São José do Rio Preto (SP), em 2004.
No Paraguai, Rafaat vivia como um empresário do ramo de pneus e vivia livremente. Ele se recusava a reconhecer seus vínculos com o tráfico e dizia ser vítima de perseguição.