Transporte aéreo de políticos atrapalha sistema de transplantes no Brasil
Neste domingo, 05, o jornal ‘O Globo’ publicou uma matéria sobre o sistema de transplante de órgãos no Brasil. Alguns órgãos, como o coração e o pulmão, precisam ser transplantados em até quatro horas. Por isso, muitas vezes, a ação só é possível com a ajuda da Força Aérea Brasileira, a FAB.
O Brasil é um país de tamanho continental, transportar estes órgãos em um avião de carreira impossibilitaria que a conclusão de um transplante fosse realizado no tempo necessário. Pela legislação, a FAB não é obrigada a fazer o transporte, contudo, a instituição ligada à Aeronáutica firmou acordo com o Ministério da Saúde para colaborar com o transporte.
Políticos usam aviões de transplantes
Diferente dos órgãos, a FAB tem obrigação de carregar figuras políticas, especialmente chefes de estado. Nesta semana, por exemplo, a presidente afastada Dilma Rousseff chegou a reclamar de uma decisão do Ministério da Casa Civil, que proibiu que ela usasse aviões a FAB para viajar pelo país. Agora, ela pode apenas fazer o trecho Rio Grande do Sul (onde está localizada sua casa) e Brasília.
Porém, não é só Dilma quem usa os aviões da FAB. O presidente em exercício Michel Temer, do PMDB, também anda nas aeronaves, assim como fizeram outros, como Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos deputados.
Na reportagem, o jornal conta a história de um transplante que deixou de ser feito pois as aeronaves da FAB estavam destinados a Eduardo Cunha e seu grupo. Para cada órgão que é deixado de ser transplantado, cinco autoridades pegam o mesmo voo.