Defesa de Lula volta a questionar atos de Sergio Moro
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (5), pedido para que sejam anuladas decisões do juiz Sergio Moro em processos que investigam o líder petista na Operação Lava Jato.
A defesa de Lula contestou, por exemplo, o uso de conversas telefônicas em que o ex-presidente discute o cenário político e critica as investigações do petrolão com autoridades com foro, o fato de Moro ter feito juízo de valor sobre as conversas e a decisão do juiz de ter levantado o sigilo dos grampos.
Os advogados de Lula já haviam questionado os grampos que mostram as conversas do petista com a presidente afastada Dilma Rousseff. O novo processo trata agora das conversas em que Lula manteve com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), os deputados José Guimarães (PT-CE), Paulo Teixeira (PT-SP), Wadih Damous (PT-RJ) e com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro.
Na época dos grampos, outras pessoas que possuíam foro na ocasião também apareceram nas conversas, como os então ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e Nelson Barbosa (Fazenda). Os advogados de Lula contestam também a iniciativa do juiz Sergio Moro de tornar as conversas públicas.
“Mostra-se de rigor a concessão da medida liminar para que este Supremo Tribunal Federal avoque, novamente, todos os procedimentos conexos ao Pedido de Quebra de Sigilo (…) suspendendo-se, por consequência, o curso de tais procedimentos relacionados, bem como de quaisquer outros munidos com o conteúdo das interceptações em tela”, aponta a defesa.
Além do recurso ao STF, os defensores de Lula apresentaram em Curitiba um recurso conhecido como exceção de suspeição, argumentando que Moro praticou “atos arbitrários” ao decidir pela condução coercitiva do ex-presidente, em março, para prestar depoimento.