Executivos da Odebrecht prometem citar 100 nomes de políticos em delações premiadas
Nas negociações do acordo de delação premiada, executivos da construtora Odebrecht, entre eles o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht, já avisaram que existem mais de cem deputados, senadores e ministros, entre outros políticos, como beneficiários diretos de desvios de dinheiro público, ou como recebedores de outras vantagens. Entre os nomes, adiantaram, há pelo menos dez governadores e ex-governadores. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a matéria, entre os citados estão o governadores do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Ainda não ficaram claras as circunstâncias em que cada um dos governadores aparece na história das delações. Na lista, há também o nome de vários ex-governadores, entre eles Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Delação temida
Os acordos de delação de Marcelo e de outros diretores da empresa são os mais temidos desde o início da Operação Lava-Jato. Há dois anos, os investigadores negociam com os executivos para haver o acordo.
Maior empreiteira do país, a Odebrecht possui contratos com a administração pública dos três Poderes, e em praticamente todos os locais do país. Apenas em 2015, a empresa faturou mais de R$ 130 bilhões com negócios no Brasil e no exterior.
“Foi superada a fase da conversa entre procuradores e advogados. Agora, a conversa é entre procuradores e réus. Nessas conversas eles indicam o que realmente vão dizer”, esclareceu uma fonte que acompanha o caso de perto, segundo o jornal O Globo.
Citados se defendem
Por meio de sua assessoria de imprensa, o ex-governador Sérgio Cabral, disse estar indignado com a citação. Ele manifestou ainda “seu repúdio ao envolvimento de seu nome com qualquer ilicitude”. Ele afirmou que manteve apenas relações institucionais com a Odebrecht. Já o governador licenciado Luiz Fernando Pezão preferiu não se pronunciar acerca da situação.
Já o governador Geraldo Alckmin assegurou que todas as suas prestações de contas das campanhas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. “À frente do governo de São Paulo, Geraldo Alckmin sempre pautou suas ações de forma estritamente profissional na defesa do interesse público com empresários. Geraldo Alckmin não mantém e jamais manteve relações pessoais com executivos da empresa Odebrecht”.
O governador Pimentel respondeu, por meio de sua assessoria: “Não vamos comentar uma suposta delação que, se de fato ocorreu, está resguardada pelo sigilo judicial”.