Para Temer, impeachment depende de “avaliação política”
Na avaliação do presidente interino Michel Temer, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff depende de “avaliação política”, e não jurídica por parte dos senadores. A declaração foi feita na última sexta-feira (29), durante entrevista a correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto, segundo o jornal O Globo. O peemedebista negou veementemente que o governo esteja interferindo no cronograma da votação.
“Essa questão do impeachment no Senado não depende da nossa atuação. Depende da avaliação política, não uma avaliação jurídica – que o Senado está fazendo. Nós não temos e não poderíamos ter influência nesse processo”, opinou Temer.
Para o presidente, o Senado vai observar o cenário atual para tomar sua decisão. “Eu penso que o Senado vai avaliar as condições políticas de quem está hoje no exercício e de quem esteve no exercício da Presidência até um certo período”, ponderou Temer.
Preocupação com economia
Ainda para o presidente interino, a lentidão na definição do resultado da votação interfere diretamente na recuperação econômica do país.
“Dizem que quando terminar o processo do impeachment o investidor saberá com quem vai falar e isso vai incentivar o investimento. Dizem que há muita gente aguardando exatamente o processo de agosto”, disse.
Diálogo com Congresso
Em análise sobre os 77 dias de gestão, completados nesta sexta, Temer voltou a ressaltar a união de seu governo com o Congresso.
“O que fizemos em 70 dias foi um avanço muito grande. Você não pode avançar num sistema democrático, se não tiver uma conexão muito grande entre o Executivo e o Legislativo”, salientou.
Temer falou também dos planos de participar do encontro do G20 na China nos dias 4 e 5 de setembro. Isso, vale lembrar, se a votação do impeachment tiver sido decidida até lá. Ele também garantiu que não teve qualquer contato com a presidente afastada Dilma Rousseff desde seu afastamento. “Se eu tivesse alguma coisa a dizer aos movimentos a favor (do impeachment) eu recomendaria que nada fizessem, porque agora não adianta”, concluiu.