Pacote de privatizações tem apoio, mas investidores questionam prazos
O pacote de concessões e privatizações anunciado pelo Governo Federal em agosto tem grande potencial de atração de investidores, mas alguns pontos ainda precisam ser reavaliados, conforme especialistas. Isso porque, de acordo com executivos de empresas ouvidos pela reportagem do portal Valor Econômico, as vendas de ativos não deverão acontecer no prazo estipulado pelo Governo Federal, considerando a complexidade dos processos.
Segundo um executivo de banco, os leilões de aeroportos não deverão ocorrer no quarto trimestre de 2018, como quer o governo. No caso das rodovias, só metade dos leilões poderia ficar dentro do prazo. A mesma previsão se aplica aos terminais portuários. Ainda de acordo com os especialistas, os ativos dos segmentos de energia e aeroportos devem ser os mais procurados, e os projetos ferroviários são os menos atraentes.
Atrativo para investidores
De acordo com o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, pela experiência que ele tem com a análise e o acompanhamento de processos anteriores de concessões públicas, sabe-se que a efetiva realização depende de uma série de fatores que podem tornar essa atividade menos célere.
“Os empresários que falam da insuficiência de tempo possuem razão ao apontá-la, se observados exemplos anteriores”, afirma.
Para o professor, cabe ao Governo, porém, buscar estabelecer as melhores condições dos negócios, atraindo o maior número de investidores para obter a melhor oferta para a Administração Pública.
“Assim, mesmo que o prazo previsto se estenda um pouco, os resultados compensariam esse fato”, ressalta Jacoby Fernandes.