Maurício Moura : “Eleitor de Bolsonaro não leva a sério o que ele fala”

O economista Maurício Moura, professor da George Washington University, conduziu uma pesquisa entre eleitores do deputado Jair Bolsonaro (PEN-RJ) para identificar se eles estão alinhados com as opiniões do candidato à Presidência.

A empresa de marketing, estratégia e pesquisa IDEIA Big Data, fundada por Moura, agrupou pessoas que declaram votar no político. O teste foi conduzido em parceria com o jornal Valor Econômico.

Queremos entender como pensa o eleitor dele”, afirma Maurício Moura.

Para tanto, o IDEIA Big Data questionou os participantes sobre questões polêmicas. Uma delas, por exemplo, foi o questionamento sobre o que fariam se pegassem seus filhos fumando maconha. Anos atrás, o deputado afirmou que torturaria seu próprio filho se o encontrasse nessa situação.

Os participantes, contudo, não foram informados sobre a opinião do candidato. Foram colocadas para eles quatro opções de respostas.

Das mais brandas, como “deixaria o filho fumando e diria que faz mal” e “conversaria e tentaria fazê-lo parar”, às mais duras, como “denunciaria à polícia” e “partiria para a tortura”, o grupo achou cômicas as duas últimas respostas e discordou delas. “Ficou claro que os eleitores de Bolsonaro não levam ao pé da letra tudo que ele diz”, diz Maurício Moura, do IDEIA Big Data.

Trata-se de um fenômeno similar ao que aconteceu nos Estados Unidos, com Trump”, explica Maurício Moura.

Em pesquisas quantitativas recentes, Bolsonaro aparece em segundo lugar nas intenções de voto dos eleitores. Mas esse tipo de levantamento, que mede o páreo entre os possíveis candidatos na disputa eleitoral, não consegue esmiuçar os detalhes da escolha dos eleitores.

Por isso, o IDEIA Big Data realizou a pesquisa quantitativa, em que um grupo com as características dos eleitores de Bolsonaro foi ouvido por 90 minutos. Para os participantes, o deputado é alguém com experiência política, mas diferente dos políticos tradicionais. Além disso, ele é visto como alguém que tem pulso firme.

“Ainda é muito cedo pra dizer o que vai acontecer. Mas fica claro que há atributos que os eleitores identificam no Bolsonaro e também algumas desconexões entre o que eles pensam e o que o candidato já disse”, afirma Maurício Moura.

Contudo, os eleitores do deputado se identificam fortemente com as suas opiniões para a área de segurança. Quando perguntados sobre aumento de penas para criminosos, instituição da prisão perpétua, castração química para pedófilos e estupradores e até mesmo “morte aos bandidos”, eles endossam as propostas e as aceitam rapidamente. Há sede por punição e vingança.

Simultaneamente, os participantes também defendem o trabalho forçado para presidiários. “Se o cara mata o pai de família, ele tem que trabalhar para suprir as necessidades daquela família”, opinou um eleitor durante a pesquisa acompanhada pelo jornal Valor Econômico. “Eu sou a favor de prisão perpétua”, disse outro.

Apesar de nutrirem forte rejeição ao PT e suas principais lideranças, parte dos bolsonaristas admite já ter votado em Lula e em Dilma Roussef para presidente. Agora, defenderam o impeachment de Dilma e afirmam apenas tolerar o presidente Michel Temer. Também têm simpatia pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), mas não sentem o mesmo por seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin.

Os eleitores demonstram desconhecimento sobre propostas de Bolsonaro para outras áreas além da segurança. Desconhecer seus posicionamentos é encarado pelo analista como um ponto fraco do candidato.

“É um voto inconsistente. Se surge outra candidatura alternativa de centro, sem a marca da política tradicional, esse eleitorado se esvai”, afirma Maurício Moura.

A inconsistência se mostra na falta de alinhamento entre as opiniões do eleitorado e a agenda econômica liberal de Bolsonaro. Eleitores e candidato concordam em questões como redução de impostos, a repugnância a sindicatos e a contrariedade às cotas para negros em universidades. Mas discordam sobre a flexibilização das regras para o porte de armas, a reforma da previdência e a concordância em fornecer ajuda estatal para empresas em dificuldade.

Quem é Maurício Moura ?

Fundador do IDEIA Big Data e professor da Universidade George Washington, o economista Maurício Moura especializou-se em políticas públicas e análises eleitorais.

Formou-se em economia pela Universidade de São Paulo e possui mestrado e doutorado, respectivamente, nas Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e na Fundação Getúlio Vargas.

Foi economista de grandes instituições financeiras, como o BankBoston e o Unibanco e atuou nas Nações Unidas e no Banco Mundial. Foi pioneiro na aplicação de técnicas de microtargeting eleitoral no Brasil, em 2010, em Portugal, em 2013, e em outros países da América do Sul, como Peru, Bolívia e Colômbia.

Redação Brasil News

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5 thoughts on “Maurício Moura : “Eleitor de Bolsonaro não leva a sério o que ele fala”

  • 29/12/2017 em 15:32
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    Huahuahuahua
    Daqui até as eleições o desespero da esquerda reinará kkkkk
    Parem de ser tendenciosos ou coloquem logo a imagem do seu candidato no inicio da pagina.

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  • 27/12/2017 em 09:52
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    Matéria comprada e totalmente sem noção. #bolsonaro2018 #choraimprensalixo

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  • 26/12/2017 em 07:32
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    Bricadeira essa reportagem sou Bolsonaro apoio tudo sobre meu candidato sei tudo o que ele pensa e apoio faz entrevista comigo ver se não estou informado senhor Mauricio .Não conseguirão queimar o futuro presidente e melhor já ir acostumando.

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  • 25/12/2017 em 19:42
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    Serio?
    Voto nele porque estou cansado de ver tantas pessoas na teta do governo, voto porque quero o direito de me defender, voto porque o importante é ler e escrever e não roubar muito menos matar e sim ser um trabalhador honesto, bom sei que nada sei mas votar no Jair e opinião não opção.

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  • 24/12/2017 em 16:13
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    Não Pensem que o eleitor vai votar em Bolsonaro como se estivesse votando no Tiririca. Sou eleitor de Bolsonaro e levo muito a sério o que ele fala, porque fala a verdade. O resto é tudo ladrão mentiroso – Aécio, Lula, Dilma, FHC, Temer, Alckmin, Dória (fazem parte da mesma cambada de inúteis, pensando que somos idiotas).

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