Novo governo deverá cortar até 50% de recursos do Sistema S
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que pretende realizar mudanças no Sistema S. Guedes defendeu “meter a faca” na fonte bilionária de financiamento aos serviços de treinamento, cultura e lazer mantidos por federações e confederações patronais.
A afirmação do futuro ministro foi feita a uma plateia formada por empresários e executivos ligados a indústria e, segundo a Agência Reuters, causou “frisson e burburinho na plateia de aproximadamente 400 pessoas”. O novo ministro sugeriu que poderia cortar ao menos 30% dos recursos do Sistema S, admitindo que o percentual poderia chegar a 50%. “Como você pode falar em cortar isso e aquilo e não cortar o Sistema S? Tem que meter a faca no Sistema S também. Vocês estão achando que a CUT perde o sindicato e aqui fica tudo igual… Acho que tem que cortar pouco para não doer muito”, disse ele.
Todos os anos, a Receita Federal repassa bilhões de reais para o financiamento dos serviços sociais e de treinamento profissional mantidos pelas confederações nacionais da indústria, do comércio, dos transportes, da agricultura e para a Organização das Cooperativas do Brasil. Em 2017, o valor superou R$ 16 bilhões.
O professor e advogado Jorge Ulisses Jacoby Fernandes considera inegável a importância do serviço prestado pelas entidades integrantes do Sistema S.
“Cada qual em sua área de atuação, essas organizações são responsáveis, dentre outras atividades, por auxiliar o micro e pequeno empreendedor, auxiliar os industriais, promover treinamentos e oferecer qualificação, articular ações e promover auxílio a diversos segmentos”.
Para Jacoby, a vantagem das unidades que integram o Sistema S é que elas atuam justamente em áreas que o Poder Público notadamente deixa a desejar.
“Sesi, Sesc, Sebrae e outras atuam prestando atividades complementares que trazem benefícios incomensuráveis para toda a sociedade brasileira”, analisa Jacoby.
Com informações do jornal DCI.