Panama Papers revela 107 novas offshores ligadas a citados na Lava Jato
Uma investigação com documentos do escritório de advocacia e consultoria Mossack Fonseca, no Panamá, mostra 107 offshores – empresas constituídas no exterior – ligadas a empresas e políticos citados na operação Lava Jato.
As informações, chamadas de Panama Papers, foram acessadas, inicialmente, pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhadas por um consórcio de jornalistas de vários países.
A investigação aponta que a Mossack Fonseca desenvolveu offshores para pelo menos 57 indivíduos suspeitos de participar do esquema de corrupção na Petrobras
Entenda
O nome offshore é dado a companhias abertas por pessoas e empresas em um país diferente daquele do de origem basicamente para aplicações financeiras e compra de imóveis. Ter uma offshore não é ilegal, desde que a empresa seja informada ao Imposto de Renda.
De acordo com dados divulgados neste domingo (3), a Mossack operou para pelo menos seis grandes empresas brasileiras e famílias citadas na Lava Jato, abrindo 16 empresas offshore, das quais nove são novidade para a força-tarefa.
Histórico
Vale lembrar que o escritório brasileiro da Mossack Fonseca foi alvo de investigações da 22ª fase da Lava Jato, em janeiro deste ano. Os investigadores suspeitam que a companhia tenha ajudado a esconder o nome dos verdadeiros donos de apartamentos no edifício Solaris, no Guarujá.
Eduardo Cunha
Os documentos apontam nomes como banqueiro suíço David Muino, gestor de contas que pertenceriam ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e a João Henriques. Cunha continua negando que tenha contas fora do país.
Uma das contas que seria de Cunha foi aberta por meio da offshore Penbur Holdings, que era administrada pela Mossack Fonseca.