Apesar de negativas, contas públicas melhoraram em junho

De acordo com dados do Banco Central, o setor público consolidado, formado pela União, os estados e os municípios, registrou saldo negativo nas contas públicas em junho. O déficit primário – receitas menos despesas – sem considerar os gastos com juros, ficou em R$ 13,491 bilhões, resultado menor do que em igual período de 2017, quando chegou a R$ 19,552 bilhões. O déficit primário de junho foi o menor resultado para o mês desde 2016, quando ficou em R$ 10,1 bilhões.

De acordo com o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Lemos, “a evolução das contas do setor público vem sendo bem positiva”. “A principal razão dessa melhora, em junho, foi o incremento de 2% nas receitas e retratação de 1,1% nas despesas”, disse Lemos.

O resultado negativo veio do Governo Central – Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional –, que apresentou déficit primário de R$ 14,951 bilhões.

Os governos estaduais tiveram superávit primário de R$ 6 milhões, e os municipais, de R$ 347 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 1,107 bilhão no mês passado. Em 12 meses, encerrados em junho, as contas públicas ficaram com saldo negativo de R$ 89,823 bilhões, o que corresponde a 1,34% do Produto Interno Bruto. A meta é de um déficit de R$ 161,3 bilhões neste ano.

Expectativa do consumidor

A dívida líquida do setor público – balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 3,440 trilhões em junho, o que corresponde 51,4% do PIB, com aumento em relação a maio, 51,3% do PIB. No ano, a dívida líquida em relação ao PIB recuou 0,2%. Segundo o BC, essa redução ocorreu principalmente por conta da alta do dólar, acumulada em 16,6%. A dívida pública cai quando há alta do dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas de moeda estrangeira.

Segundo o advogado Jaques Reolon, especialista em Direito Administrativo, apesar dos vários números negativos, uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria – CNI mostra que os brasileiros estão menos pessimistas com a situação financeira, a inflação e o desemprego.

Depois de cinco meses sem registrar aumento, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor – Inec atingiu 101,6 pontos em julho, alta de 3,5% em relação ao mês anterior. A recuperação da confiança do consumidor é importante, no entanto, o indicador ainda está em nível insuficiente para estimular o consumo e aumentar o ritmo de expansão da economia”, afirma.

O indicador de expectativa de que a inflação vai cair aumentou 7% de junho para julho; o índice dos que acreditam que o desemprego vai cair subiu 9,5%. O índice de expectativa de aumento da renda pessoal aumentou 2,8%. Para o especialista, entretanto, enquanto o Brasil registrar déficits primários, a situação fiscal continuará preocupante.

O País demonstra necessidade de passar por mudanças para que haja mais eficiência na gestão da dívida pública. Medidas de racionalização e redução de despesas desnecessárias são imprescindíveis. Vale destacar que a boa gestão da Dívida Pública Federal pode promover o bom funcionamento do mercado brasileiro e aumentar o crescimento econômico”, destaca Jaques Reolon.

Redação Brasil News

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