TST amplia uso de Inteligência artificial em seus processos
O Tribunal Superior do Trabalho – TST ampliou a funcionalidade do sistema Bem-te-Vi, que gerencia processos judiciais com inteligência artificial. A ferramenta agora permite a análise automática da observância de prazos dos processos. A novidade é resultado do trabalho de uma equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação, que trabalhou por 20 meses para desenvolver o sistema.
Segundo o secretário de TI, Humberto Magalhães Ayres, o projeto é inédito na Justiça do Trabalho e servirá para que os servidores dos gabinetes ganhem tempo na análise dos processos recebidos. “Quando chega ao gabinete, o processo exige uma leitura global que demanda muito tempo. Desenvolvemos, então, uma maneira de sinalizar para o responsável por esse exame a probabilidade de esses processos terem sido interpostos dentro do prazo, por meio de cores”, explicou. Atualmente, cerca de 3% dos processos que chegam anualmente ao TST são apresentados fora do prazo.
A próxima fase do projeto é incluir alertas para indicar os impedimentos dos ministros do TST no julgamento de determinado processo no sistema Bem-te-Vi. O gabinete da ministra Maria Cristina Peduzzi está sendo utilizado como projeto piloto.
Conforme o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, a Administração Pública vem buscando ferramentas mais eficientes para efetivar a prestação dos serviços públicos, o que é louvável. “Essa busca passa, necessariamente, pela utilização das ferramentas eletrônicas, ou seja, pela gestão da Tecnologia da Informação. A propósito, assegura o economista inglês John Keynes que a verdadeira dificuldade não está em aceitar ideias novas, mas escapar das antigas”, ressalta.
Nesse sentido, de acordo com o professor, é importante que os servidores estejam abertos às novas possibilidades, dispostos a desaprender e reaprender e empenhados em se capacitar para desempenharem com ainda mais eficiência a função.
Assistente virtual para compras
Em março deste ano, entrou em funcionamento um novo assistente virtual para compras públicas: Logística com Inteligência Artificial – LIA, que auxilia empresários que fornecem bens e serviços ao Executivo federal, pregoeiros, servidores públicos e cidadãos. A ferramenta permite a comunicação com o usuário por intermédio de um chatbot – serviço de conversa e interação online por aplicativo de mensagens.
Segundo o Ministério da Economia, um dos diferenciais da LIA é a capacidade de entender o que o usuário quer e de aprender com ele. Isto não ocorre em outros chatbots, que são baseados em regras e respondem a partir de palavras-chaves previamente cadastradas. “A inteligência artificial da LIA abre uma nova era nos processos de contratações públicas”, afirmou o secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Heckert.
O que é chatbot?
Os chatbots são softwares que simulam a interação humana e são capazes de conversar com usuários no mundo virtual, nas redes sociais, por exemplo. Eles ganharam popularidade nos últimos anos e têm sido usados por várias empresas para atender clientes, dar informações sobre serviços, vender produtos, entregar conteúdo, entre outras funções. Essas ferramentas usam inteligência artificial e estão cada vez mais aperfeiçoadas.