Presidente Dilma diz que não gosta de CPMF, mas não descarta outros impostos
A decisão do governo de enviar a proposta orçamentária para 2016 com uma previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões mostra transparência, avaliou a presidente Dilma Rousseff. Para ela, a atitude não quer dizer que o Executivo fuja de suas responsabilidades com as contas públicas. Em entrevista no Palácio do Planalto ela comentou ainda a tentativa de voltar com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
“Não gosto da CPMF, se você quer saber. Acho que a CPMF tem as suas complicações, mas não estou afastando a necessidade de fontes de receita, não estou. Não estou afastando nenhuma fonte de receita, quero deixar isso claro, para depois, se houver a hipótese de a gente enviar essa fonte, nós enviaremos”, afirmou.
Dilma salientou ainda que o governo vai enviar um adendo à proposta do Orçamento. “Estamos evidenciando que tem um déficit, estamos sendo transparentes e mostrando claramente que tem um problema. Não fugiremos às nossas responsabilidades de propor a solução do problema, o que nós queremos, porque vivemos em um país democrático, é construir essa alternativa. Não estamos transferindo a responsabilidade de ninguém, porque ela sempre será nossa, porém é importante destacar que iremos buscar, estamos avaliando todas as alternativas”, disse.
Momento difícil
Aos jornalistas, a presidente reconheceu que o momento econômico do país passa por uma série de dificuldades. Mas, afirmou, o governo aposta na melhoria da situação. Segundo Dilma, quando o cenário mudar, o governo poderá enviar ao Congresso uma adendo à proposta orçamentária. “Iremos mandar quando acharmos que a discussão maturou. Quando acharmos que existem as condições para fazer isso, nós iremos mandar mais elementos para o Congresso”, acrescentou, sem detalhar prazos.
Ministro da Fazenda
A presidente negou que o ministro Joaquim Levy esteja isolado ou desgastado dentro do governo. “O ministro Levy não está desgastado dentro do governo – ele participou conosco de todas as etapas da construção desse orçamento, ele tem o respeito de todos nós.”
A presidente criticou ainda algumas informações que, de acordo com ela, não refletem a realidade. “É um desserviço para o país esse processo de falar que o ministro Levy está isolado, desgastado. Não está não. Dentro do governo, ele não está. Nós temos o maior respeito pelo ministro Levy. Somos um governo que debate, debatemos, chegamos a uma posição. A partir do momento em que tomamos a posição, a posição é de todos nós.”