Servidores da CGU protestam contra possibilidade de extinção do órgão

Analistas e técnicos da Controladoria-Geral da União – CGU fizeram uma marcha na manhã da segunda feira, 28, em Brasília/DF como forma de protesto contra a possibilidade de extinção do órgão. Durante o final de semana, surgiram rumores que a reforma ministerial, prevista para ser anunciada ainda nesta semana, possa acabar com o status de ministério da CGU. A medida reduziria os poderes do órgão e o faria ficar sob o comando de algum outro ministério.

Os servidores se mobilizaram em frente à sede do órgão e seguiram em passeata pela Esplanada dos Ministérios até o Palácio do Planalto, onde fizeram um ato. A Polícia Militar – PM estima que 500 pessoas participaram da manifestação, mas o sindicato da categoria fala em 1,5 mil o número de manifestantes. O grupo entoava cânticos de ordem e o hino nacional. A assessoria de imprensa da CGU disse que oficialmente não recebeu nenhum comunicado sobre o fim do órgão ou sobre alguma mudança até ontem.

Extinção da CGU

O presidente do Sindicato dos Servidores da CGU, Rudinei Marques, afirmou que a categoria está preocupada com a possível mudança. Segundo ele, o governo estaria estudando colocar a CGU como uma subsecretaria da Casa Civil. “Se isso ocorrer, haverá a perda da independência funcional do órgão. A Casa Civil é uma estrutura política.”

Marques declarou ainda que dos últimos seis ministros chefes da Casa Civil, cinco foram investigados por irregularidades. “Temos ministro até preso por causa de corrupção. Não podemos aceitar que a CGU seja subordinada a um órgão político. Estamos revoltados.”

O senador José Antônio Reguffe (PDT-DF) fez um discurso ontem no plenário do Senado para criticar o desmantelamento da CGU. O senador pediu à presidente da República, Dilma Rousseff, que não leve adiante o que chamou de “fatiamento” da Controladoria-Geral da União, o que levaria ao enfraquecimento do órgão. Segundo Reguffe, o trabalho da CGU levou à demissão de mais de cinco mil agentes públicos envolvidos em irregularidades e ajudou a recuperar cerca de R$ 14 bilhões nos últimos três anos.

Ele propôs um sistema de escolha de diretores para mandatos fixos como forma de proteger a CGU de influências políticas. O mandato teria duração de dois anos, renováveis por mais dois, caso seja necessário.

Na semana passada, o advogado e professor Jorge Ulisses Jacoby Fernandes participou de um evento junto com o ministro-chefe da CGU, Valdir Simão, e destacou a importância do órgão. “A CGU tem papel fundamental no controle brasileiro, já que ela atua como uma quarta linha de defesa do servidor”, afirmou Jacoby.

Redação Brasil News

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