Moody’s rebaixa nota do Brasil; agência já tinha dado sinais da decisão
A agência de classificação de risco Moody’s tirou o grau de investimento do Brasil e rebaixou a nota do país mais uma vez. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (24). A avaliação caiu dois degraus de uma vez: passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento, para Ba2, categoria de especulação. A agência também posicionou o Brasil em perspectiva negativa, apontando que pode sofrer novo rebaixamento.
Em nota, a Moody’s destaca que o corte da nota foi provocado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de que a dívida do governo ultrapasse 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em, no máximo, três anos.
A agência também destacou a “dinâmica política desafiadora” que pode atrapalhar os esforços de consolidação fiscal e atrasar as reformas estruturais.
“A perspectiva negativa reflete a visão de que os riscos são de uma consolidação e uma recuperação ainda mais lentas, ou de que surjam mais choques, o que cria incertezas em relação à magnitude da deterioração do perfil de crédito do Brasil”, analisa a agência em nota.
Última a rebaixar Brasil
Entre as três grandes agências internacionais, a Moody’s era a única que mantinha o Brasil com grau de investimento.
No dia 9 de dezembro, entretanto, a agência revisou a nota do país e apontou para um possível rebaixamento.
Nota não altera compromisso do governo
Após o rebaixamento, o Ministério da Fazenda divulgou nota esclarecendo que decisão das agências de classificação de risco “não altera o comprometimento com o ajuste fiscal” prometidopelo governo Dilma Rousseff.
“O governo reitera que a posição das agências de rating não altera o comprometimento com o ajuste fiscal necessário para a estabilização da trajetória da dívida pública e na perspectiva de recuperação da economia brasileira no médio prazo”, salienta o comunicado.