Brasil fecha 3º tri com menos desempregados, mas desânimo e informalidade permanecem
O mercado de trabalho do Brasil teve um leve suspiro no terceiro trimestre deste ano. Com queda na taxa de desemprego em relação aos três meses anteriores, não conseguiu, no entanto, animar os trabalhadores e tirá-los da informalidade. Os dados são da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (30).
A taxa de desemprego caiu a 11,9% no terceiro trimestre, ante 12,4% entre abril e junho, em um período marcado por geração de vagas, ainda que a maioria seja informal, e redução no número de pessoas procurando emprego.
“Se olhar para geração de vagas e resgate de pessoas desocupadas, há sim uma melhora. Mas por outro lado há muita informalidade. A geração se concentra em informalidade que resolve uma necessidade de curto prazo, mas no médio e longo prazos já sabemos o efeito negativo disso”, avaliou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.
O país encerrou o terceiro trimestre com 12,492 milhões de desempregados, contra 12,966 milhões nos três meses até junho. No mesmo período de 2017, o número era de 12,961 milhões.
Nesses três meses até setembro, 4,776 milhões de trabalhadores desistiram de procurar uma recolocação no mercado. No segundo trimestre, eram 4,833 milhões de desalentados, relevando quem embora o número tenha caído, o desânimo continua sendo uma marca do mercado de trabalho em meio a uma economia que apresenta passos lentos.
Já o emprego sem carteira assinada subiu 4,7 por cento na comparação com o segundo trimestre e 5,5 por cento em relação aos três meses até setembro de 2017, para 11,511 milhões de trabalhadores.
“O grande desafio do próximo governo está na geração de vagas e emprego no país. Ele terá que olhar não para os quase 12,5 milhões de desempregados, mas para 27 milhões de pessoas que estão desempregadas, subocupadas, na força de trabalho potencial e desalentadas por conta da crise econômica”, completou Azeredo.
Da Redação coma agência Reuters