Como as diversas ofertas estão segmentando o mercado de streaming
Durante boa parte da história moderna, o ato de pensar em super-heróis levava nossas mentes diretamente aos quadrinhos. Já hoje em dia as coisas mudaram, e é impossível não pensar em filas dando voltas em quarteirões rumo a uma sala de cinema que está prestes a ficar lotada por conta do último filme de um personagem da DC ou da Marvel.
Essa evolução talvez tenha ocorrido devido ao progresso das formas de contar histórias. Quanto mais os anos avançam, menos se vê a mídia impressa se expandindo. Revistas e jornais outrora superinfluentes na moldagem do pensamento de gerações inteiras em países de todo o mundo vêm reduzindo sua circulação, muitas vezes ao ponto de se extinguir. Ao mesmo tempo, o Twitter, o Facebook, o WhatsApp e muitos outros meios digitais de comunicação interpessoal se tornam também plataformas de informação.
No espaço criativo da mídia, algo semelhante está acontecendo. Devido ao fato de as mídias sociais serem usadas para transmitir impressões e opiniões de forma quase instantânea, em oposição ao tempo que as críticas de jornal e as cartas de opinião podem levar para aparecer, torna-se mais rápido e dinâmico, além de mais cômodo, contar histórias com a ajuda da internet e do audiovisual.
Fonte: Pixabay
Até mesmo as grandes telas têm vivenciado um certo declínio. Nos Estados Unidos, as salas de cinema têm passado por uma tendência de atrair cada vez menos pessoas. E, com isso, as bilheterias só conseguem manter seu crescimento em arrecadação por conta do aumento de receita per capita. É por essas questões que vemos grandes esforços para que os super-heróis tomem forma em outros produtos, que vão desde a indústria do vestuário, com camisetas e calçados estampando os personagens, até jogos de roleta que têm, por exemplo, o Superman como tema e referência. Também vale mencionar que outras mídias estão dando espaço ao tema, uma vez que tanto DC quanto Marvel têm apostado em plataformas próprias de streaming dedicadas aos fãs mais fiéis de suas franquias. A primeira conta com o DC Universe e a segunda terá em breve a Disney+, ambas contando com vários seriados e potencialmente filmes exclusivos para as plataformas explorando o tema.
Grande parte dos fãs deste tipo de obra devem ver tudo isso com bons olhos, pelo menos inicialmente, visto que quanto mais opções forem abertas, melhor é tanto para as empresas quanto para os clientes, ainda que isso fragmente continuamente o mercado de streaming.
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Nos Estados Unidos, vem ocorrendo o seguinte fenômeno: diversos canais de televisão e estúdios de cinema que perderam receita com a queda de audiência nestes formatos têm criado plataformas próprias de streaming. Com isso, muitos serviços podem ter perdido acesso a catálogos negociados muito tempo atrás a preços tão módicos que permitiam que eles mesmos praticassem um modelo bem acessível de assinatura.
Ainda que a questão dos monopólios seja algo passível de discussão, não temos como negar que a Netflix e sua dominação de mercado tem esse lado positivo de juntar tudo em um mesmo ambiente virtual a um preço bem camarada. Mas, em um mercado fragmentado, em que os bens – no caso, as obras audiovisuais – não são necessariamente substituíveis, este não será mais o caso.
O cenário futuro, caso esse modelo de negócio se confirme, é uma certa volta ao modelo de televisão por assinatura, mas com a diferença de que iremos substituir o zapear pelos canais por pular de plataforma em plataforma de streaming a fim de encontrar algo para assistir que seja de nosso interesse. Talvez não seja um mundo ideal, mas, com a expansão do universo do streaming, é o que poderá ocorrer em um futuro bem próximo.