Principais noticias dos jornais nacionais de Quinta-feira, 9 de Março de 2017
Manchete do jornal O Globo: Falha faz contas inativas do FGTS aparecerem zeradas
Manchete do jornal Folha de S.Paulo: Sem prova não se pode cassar Temer, diz novo ministro
Manchete do jornal O Estado de S.Paulo: Decisão do STF eleva tensão às vésperas de lista de Janot
Manchete do jornal Valor Econômico: Parlamentares reagem à punição por doação legal
Rodrigo Maia pede ‘paciência’ após Supremo abrir caminho para investigar doação oficial, diz O Globo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, evitou polemizar ontem sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que um candidato pode ser processado por receber propina disfarçada de doação oficialmente declarada. Para ele, é preciso “ter muita paciência”. Rodrigo Maia defendeu que os investigados respondam aos processos, sem se deixar levar pelo julgamento do Supremo.
A decisão do STF foi tomada na última terça-feira, pela Segunda Turma da corte, ao entender que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) deve ser investigado por corrupção e lavagem de dinheiro por uma doação de R$ 500 mil recebida pela Queiroz Galvão. No caso específico de Raupp, Maia disse que, se ao longo do processo ficar claro que não houve “vinculação entre doação e algum pedido indevido”, o caso será arquivado.
— O Ministério Público e a Justiça estão fazendo de forma competente seu trabalho. E que cada um que tenha um inquérito, que tenha um processo, vai responder. Respondendo, não tendo prova, o processo vai cair. Então, acho que tem que ter muita paciência para superar esse problema e que não se misture uma coisa com a outra — disse o presidente da Câmara.
INQUIETAÇÃO NO CONGRESSO Outros parlamentares, no entanto, criticaram abertamente a decisão do Supremo. Para o líder do PT, deputado Carlos Zarattini, o STF cometeu um “equívoco” e, agora, todas as doações estão sob suspeita.
— A aceitação da denúncia foi muito grave, ela, na prática, criminaliza todas as doações. Foi um equívoco do STF. Isso é um prejuízo para o sistema político. Agora, todas as doações estão sob suspeita — disse o petista.
Renan quer volta de Padilha para barrar aliado de Cunha, diz o Estadão
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), defendeu ontem que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, volte “imediatamente” ao cargo para evitar que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – preso pela Lava Jato – ponha um aliado em sua cadeira.
“Política você analisa, compreende pelos sinais que são emitidos. Pelas últimas nomeações e decisões do governo, nós estamos compreendendo que há uma disputa muito grande pelo PSDB, que é legítima, e esse grupo originário da Câmara do PMDB, liderado pelo Eduardo Cunha”, afirmou. “Eu falei hoje (ontem) para o Moreira (Franco, ministro da SecretariaGeral da Presidência) que era muito importante avisar ao Padilha que volte imediatamente, já que ele está recuperado, para que ele sente na cadeira dele, senão o Eduardo Cunha vai sentar lá o Gustavo Rocha.”
A declaração abriu nova crise entre a bancada e a cúpula do governo. Rocha foi advogado de Cunha e atualmente ocupa o cargo de subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Padilha recebeu ontem alta médica do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, após ter sido submetido, no último dia 27, a uma cirurgia para a retirada da próstata. Em mensagens enviadas a grupos do PMDB, por WhatsApp, o ministro disse que voltará ao Palácio do Planalto na segunda-feira.
Renan acusa Cunha de atuar com seu grupo para tomar conta do governo, diz o Valor
Em um prenúncio de que uma verdadeira guerra interna se avizinha do PMDB, Renan Calheiros (AL) foi aos jornalistas para afirmar que, diretamente da cadeia em Curitiba (PR), Eduardo Cunha continua comandando seu grupo político e está atuando fortemente para tomar conta do governo de Michel Temer e do próprio PMDB.
“Eliseu Padilha precisa aproveitar que melhorou de saúde e voltar imediatamente para a Casa Civil. Ou ele volta logo, ou Eduardo Cunha bota o Gustavo Rocha em seu lugar”, alertou. Rocha é subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil e considerado um homem de confiança do grupo político ligado a Cunha.
Renan disse ter dado o aviso ontem ao ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, em almoço. Para o senador, Cunha e seus aliados estão em franca disputa com o PSDB para tomar todos os espaços possíveis no governo. “Se Temer não fizer essa leitura, é porque está equivocado sobre decisões que toma”, alertou. “É melhor um governo formado pelo PSDB do que por Cunha. Nessa disputa entre Cunha e PSDB, sou radicalmente PSDB”, afirmou Renan.
Além de tomar espaços no governo, o grupo buscará também ocupar a estrutura do PMDB. É neste contexto que está a carta feita por deputados da sigla que defende o afastamento, do comando nacional do partido, de todos os dirigentes acusados de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato.
Renan diz que governo é alvo de disputa entre PSDB e Eduardo Cunha é o título de matéria na Folha
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que o ministro Eliseu Padilha “deveria voltar imediatamente” de sua licença médica para evitar que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) instale um aliado na Casa Civil.
Segundo ele, o governo do presidente Michel Temer é alvo de uma disputa entre o PSDB e um grupo de deputados comandado por Cunha, ex-presidente da Câmara, preso em Curitiba por causa da Operação Lava Jato.
Renan poupou a indicação do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) para o Ministério de Relações Exteriores, mas condenou a escolha de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça, de André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo no Congresso e de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para a liderança do governo na Câmara.
“A política se compreende pelos sinais. Os últimos sinais emitidos pelo governo com as nomeações é que há uma disputa interna entre o PSDB e o núcleo originário da Câmara dos Deputados, que foi liderado pelo Eduardo Cunha”, afirmou Renan a jornalistas na tarde desta quarta (8).
“Se [Michel Temer] não está fazendo esta leitura, deve estar equivocado pelas decisões que tomou”, disse Renan, afirmando que defende o PSDB na tal disputa e citando o ex-presidente argentino Juan Domingo Perón. “Política não se aprende, se compreende.”