Pesquisa liga inteligência, salário e escolaridade ao tempo de amamentação
Indivíduos que foram amamentados têm inteligência, nível de escolaridade e renda mensal superiores aos que não foram amamentados. Esta é a conclusão de um estudo brasileiro publicado pela revista científica britânica The Lancet no dia 18 de março. A amostra da pesquisa são seis mil crianças nascidas em Pelotas (RS) no ano de 1982.
Como os pesquisadores brasileiros fizeram? De 4 de junho de 2012 até o 28 de fevereiro de 2013, eles calcularam o QI dos 3 493 participantes (entre os 5914 crianças matriculadas em 1982). Descobriram que os participantes que foram amamentados durante 12 meses ou mais, tinham 4 pontos a mais de QI, alcançaram nível de escolaridade superior e uma renda maior do que aqueles que foram amamentados por menos de um mês.
Crianças mais estimuladas?
O efeito positivo da amamentação no QI das crianças já havia sido demonstrado em pesquisas anteriores. A originalidade do estudo conduzido pelo Dr. Bernardo Lessa Horta, da Universidade de Pelotas, foi de ter demonstrado os mesmos efeitos, em longo prazo. Uma amostra dos que participaram da pesquisa foi acompanhada durante 30 anos. A pesquisa foi conduzida sem diferenciar a classe social dos pesquisados.
“Mães que amamentam são diferentes, elas são mais motivadas e estimulam mais os seus filhos”, disse o Dr. Horta ao jornal britânico The Guardian. O professor está convencido que os efeitos nutricionais do leite materno é essencial para o desenvolvimento do cérebro de um indivíduo.
Ele também reconhece que o aleitamento materno até os seis meses de idade da criança, como é recomendado pela OMS, não é mais adequado para os novos estilos de vida das mulheres.
Na próximas semanas, a sua equipe irá considerar ainda os possíveis fatores genéticos que possam eventualmente ter afetados os resultados.