Turistas mortos em Museu marcam terrorismo na Tunísia
O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, prometeu “lutar sem piedade” contra o terrorismo após o ataque no Museu Bardo, no centro de Tunis, no qual 17 turistas estrangeiros e 2 tunisianos foram mortos nesta quarta-feira (18). “Eu quero que o povo tunisino entenda que estamos em guerra contra o terrorismo (…). Eu quero que o povo tunisino se tranquilize (…), estes traidores serão destruídos “, disse Essebsi em um discurso transmitido pela televisão na noite da tragédia.
O ataque foi a primeira grande operação terrorista no coração de Tunísia desde “a Primavera da Tunísia”, que provocou a saída do ditador Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011.
O ataque ocorreu enquanto o cenário político e institucional parecia ter se estabilizado na Tunísia após a incerteza que seguiu à saída de Ben Ali. Beji Caid Essebsi, chefe da coalizão anti-islâmico Nidaa Tounes, vencedor das eleições legislativas em outubro de 2014, foi eleito presidente em dezembro com 88 anos. Em poucos meses, conseguiu costurar um governo de unidade nacional. Com o partido do Nidaa Tounes como majoritário, o governo inclui uma participação minoritária do partido islâmico Ennahda, que deteve o poder entre 2011 e 2013, visando a uma governabilidade de coalizão.
A reconciliação entre dois campos opostos tinha sido elogiado no mundo todo como uma transição exemplar. É, provavelmente, esta exemplaridade que os terroristas queriam derrubar nesta quarta-feira no centro de Tunis.
Perigo Jihadista
Desde janeiro de 2011, a capital não tinha sido poupada das violências e preocupações – a tomada da embaixada dos Estados Unidos por militante salafista no 14 de setembro de 2012; os assassinatos de políticos da esquerda de Chokri Belaid, o 6 de fevereiro de 2013 e de Mohamed Brahmi, o 25 de julho de 2013 – mas o ataque de quarta-feira visando diretamente os estrangeiros é o primeiro desse tipo.
O terrorismo confirma a ameaça jihadista vinda do país vizinho, a Líbia. A situação se torna mais perigosa devida a permanência de extremistas na área de Mount Chaambi, região que faz fronteira com a Argélia. “Nós esperávamos que houvesse uma ação de alto nível” na Tunísia, disse o presidente Essebsi, lamentando a situação da Líbia.
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