Sete meses depois de invasão, governo tenta tirar MST das terras de Eunício
As negociações com as lideranças do MST para a desocupação da fazenda Santa Mônica, de propriedade do senador Eunício de Oliveira, estão sendo conduzidas pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante junto às lideranças do Movimento. Os Trabalhadores Sem Terra – MST ocuparam o local em agosto de 2014 e nesta terça (3) invadiram também a sede da fazenda. O ministro rebateu alegações feitas pelo MST de que a propriedade, como 20 mil hectares, é improdutiva. Segundo o ministro “ela é pioneira na exploração agrícola no cerrado, tem criação de gado e um volume grande de produção de milho e soja”.
Já existe uma ordem judicial para a desocupação da fazenda, mas os invasores insistem em permanecer na fazenda, que está localizada em Corumbá de Goiás, a cerca de 100 quilômetros de Brasília. O senador Eunício Oliveira é um dos aliados peemedebistas de Dilma no Senado. Ele acredita que a invasão, ocorrida quando ele disputava o governo do Ceará com o petista Camilo Santana, teve objetivo político. Além da invasão da fazenda Santa Monica, o MST mantém outros 63 acampamentos de sem-terra no País. Em 2013, segundo a Comissão Pastoral da Terra, ocorreram 230 ocupações no País.
IMPASSE
O primeiro prazo dado pela Justiça para desocupação da fazenda venceu na semana e uma nova data foi fixado para esta semana depois de negociações envolvendo o MST, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias e o governador de Goiás, Marconi Perillo. A busca de uma saída para o impasse criado com a ocupação da propriedade rural pelo MST faz parte de um esforço maior do Palácio do Planalto para agradar as lideranças do PMDB.
Além da polêmica sobre a produtividade da área, a tentativa do MST de obter a sua desapropriação esbarra em um obstáculo legal. De acordo com a legislação em vigor, propriedades invadidas não podem ser vistoriadas nem desapropriadas por um período mínimo de dois anos.
O líder do MST em Goiás, José Valdir Misneroricz questiona a legalidade da propriedade. Em sua opinião “é pendente de explicações a forma como ele conseguiu formar esse latifúndio”, diz José Valdir Misnerovicz.