Dilma adia anúncio da reforma ministerial, após conselho Lula
A tão esperada reforma ministerial ficou para depois mais uma vez. A presidente Dilma Rousseff avisou, nesta quinta-feira (24), o vice-presidente Michel Temer que adiará o anúncio para a semana que vem. E são muitos os detalhes por trás da decisão. Diante do impasse na definição do espaço a ser ocupado pelo PMDB na equipe, a presidente teria escolhido debater mais com os aliados depois que retornar da viagem a Nova York.
O impasse teria acontecido porque a bancada do PMDB na Câmara estaria exigindo dois ministérios. Um deles, inclusive, já é certo: o da Saúde, hoje controlado pelo PT. No entanto, os parlamentares não estariam aceitando pôr em sua cota as pastas de Turismo, comandada por Henrique Eduardo Alves, e Aviação Civil, chefiada por Eliseu Padilha.
Diante disso, o líder da sigla na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ameaçou desfazer o acordo com o governo e retirar as indicações feitas caso a bancada não tivesse duas vagas garantidas na Esplanada.
Saúde
O nome favorito para ocupar o Ministério da Saúde, no lugar de Arthur Chioro (PT), é o do deputado Manoel Junior (PMDB-PB). Ele é o homem da confiança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Recentemente, porém, Manoel Junior teria deixado escapar farpas contra a presidente, dizendo que a situação de Dilma era “quase insustentável”. E não parou por aí. O peemedebista teria recomendado a renúncia da presidente.
Conselhos de Lula
Enquanto isso, por trás das câmeras, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem tenta remendas as relações estremecidas. Nesta quarta-feira, inclusive, ele teria dito a Dilma para atender aos pedidos do PMDB, pois, de acordo com Lula, “é melhor perder ministérios do que a Presidência”.
Também teria sido Lula quem disse à companheira para adiar o anúncio da reforma ministerial. Ele justificou o conselho apontando que Dilma deveria “amarrar bem” os acordos, uma vez que a ideia é por agora nos ministérios quem tem voto e pode apoiar o governo no Congresso.
