Por emenda, BTG teria pago R$ 45 mihões a Cunha
Depois da prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que parecia ter apagado o nome de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) das capas dos noticiários do país, mais uma vez o presidente da Câmara ressurge. Agora, com novas suspeitas contra ele. E, desta vez, é por meio de uma anotação, apreendida pela Procuradoria-Geral da República, que um novo escândalo surge na vida pública do peemedebista. Segundo as investigações, o banco BTG Pactual pagou R$ 45 milhões ao parlamentar, hoje presidente da Câmara, para ver interesse do banco de André Esteves atendido em uma emenda provisória.
O texto teria sido encontrado por policiais federais na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e preso com ele na quarta-feira passada (25) na Lava Jato.
A anotação faz parte de um conjunto de papéis que, na avaliação dos investigadores, era uma espécie de roteiro de ação de Delcídio junto a ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo para tentar tirar da prisão o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, também preso pela Lava Jato.
Cunha se defende
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerou “absurdo” a anotação ligando seu nome ao recebimento de dinheiro por parte do BTG Pactual. “Parece armação”, disse à Folha de S. Paulo o deputado, que vem criticando sistematicamente a condução das investigações da Procuradoria-Geral da República.
Cunha salientou também que não conhece o chefe de gabinete de Delcídio do Amaral, Diogo Ferreira, dono da residência em que o papel foi apreendido. Para o peemedebista, é ele, Ferreira, quem deve explicações sobre o escrito.
Em comunicado oficial, o BTG Pactual negou “veementemente a realização de qualquer tipo de pagamento” relacionado à MP. A instituição financeira ainda se dispôs a prestar esclarecimentos às autoridades.