Mais uma vez, Cunha se defende de acusações e diz que seu pedido de afastamento por parte da PGR é “risível”
Com a possibilidade iminente ter seu mandato cassado por corrupção, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a se defender das acusações e disse que está sendo ‘perseguido’ pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. As afirmações foram feitas ao jornal Folha de S. Paulo.
Em entrevista, Cunha afirmou que Janot “está confundindo o papel de acusador com o de militante político”, e ainda desconsiderou a ação em que o PGR pede seu afastamento do comando da Câmara. “É risível”.
“Não vejo essa possibilidade (de ser destituído da presidência da Câmara). A peça que o procurador-geral protocolou é teatral. Tem 11 atos. Chega a ser esdrúxulo. Ele cita, por exemplo, projeto de um deputado que trata de mudanças na lei da delação. Diz que foi feito com o objetivo de evitar que um delator pudesse mudar o depoimento e me beneficiar. Esse depoimento foi em 10 de junho, tornou-se público 17 de julho. O procurador fez a denúncia contra mim no dia 20 de agosto. O projeto foi protocolado dia 25 de agosto. É posterior, portanto, até à denúncia. Se isso vai ser motivo de afastamento, chega a ser risível”, disse Cunha.
Suspeito de envolvimento na Lava Jato por ter recebido propina e guardado em contas secretas na Suíça,Eduardo Cunha destacou também que não tem medo de ser preso.
“Por quê? Não temo nada. Acha que, do jeito que o PGR gosta de mim, se pudesse ter feito, ele já não teria?”.
Cunha ainda comentou a delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que teria dado dinheiro a ele. O peemedebista afirmou que “nunca” recebeu “nem um centavo dessa empresa”, e que se tratou de doação, foi para o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, seu correligionário, hoje ministro do Turismo.