PT não concorda com reforma da Previdência
As bancadas do PT na Câmara e no Senado e a direção nacional da legenda devem fazer o possível para barrar a reforma da Previdência proposta pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O texto também enfrenta forte resistência dos movimentos sociais que formam a base do partido.
“Ainda não temos uma matéria concreta na mesa para discutirmos, mas pelo que estão falando, de aumentar idade mínima para aposentadoria, teremos muita dificuldade de passar isso na bancada”, apontou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC).
Na segunda-feira passada (18), movimentos sociais ligados ao PT, da Frente Brasil Popular, criticaram a proposta. Segundo relatos, João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), teria afirmado que a reforma do texto é “o limite” do apoio a Dilma.
A Central Única dos Trabalhadores também se colocou contra a proposta. Para a entidade, “o governo erra” ao propor a reforma. “A CUT está preparada para travar uma batalha para defender os direitos dos trabalhadores no Congresso Nacional. Defendemos que a fórmula 85/95 – que ajudamos a elaborar – seja implementada sem a progressividade que foi incluída pelo governo este ano”, destacou o presidente da CUT, Vagner Freitas.
No dia 15 de fevereiro o presidente do PT, Rui Falcão, vai reunir o conselho consultivo do partido para elaborar propostas na área econômica que serão enviadas ao governo.
Enquanto nada acontece, no entanto, nos bastidores, Barbosa é criticado pelos petistas, que o acusam de anunciar medidas que só sinalizam ao mercado financeiro e não à base do partido. Parlamentares e dirigentes do PT também comparada as declarações de Barbosa ao início da gestão Levy, com propostas que restringiam direitos trabalhistas sem que houvesse negociação com os movimentos sociais.