Escolha de liderança do PMDB afeta destino de Cunha
Maior bancada da Câmara, o PMDB escolherá seu novo líder na próxima quarta-feira (17). Mais do que o poder de influenciar decisões no Congresso, a decisão pode ter impacto na definição do futuro da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No governo, a previsão é que o novo comandante peemedebista coopera na tentativa de enterrar de vez o processo de impeachment da presidente, que deve seguir após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os dois nomes que devem comandar a bancada de 67 deputados são “crias” de Eduardo Cunha. Porém, hoje, atuam em campos diferentes. Leonardo Picciani (RJ), atual líder que tenta a recondução, tem a preferência do Palácio do Planalto. Já Hugo Motta (PB) tem o apoio do presidente da Câmara, desafeto do governo, que se empenhou na missão de eleger seu afilhado.
No governo, a avaliação é de que uma vitória de Picciani pode representar a derrota do presidente da Câmara, que enfrenta pedido de cassação do mandato no Conselho de Ética.
Um interlocutor do Planalto afirmou que caso o candidato de Cunha seja derrotado, a tese de afastamento do presidente da Câmara fica mais forte.
A mesma avaliação é feita por parlamentares. “Se Picciani sacramenta essa vitória, atesta que ele (Cunha) não tem essa força toda”, avalia o líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL).