Islândia : primeiro-ministro renuncia ao cargo
O primeiro-ministro islandês, Sigmundur David Gunnlaugsson, renunciou ao cargo depois de ter citado no escândalo “Panama Papers”.
A decisão foi tomada após reunião com seu partido. A desistência do cargo aconteceu horas depois de ele ter pedido a dissolução do Parlamento ao presidente do país, Olafur Ragnar Grimsson.
O ex-premiê renunciou antes mesmo da votação de uma moção de desconfiança pelo Parlamento, que já estava em andamento após protestos populares desta segunda.
Gunnlaugsson alegou que não havia feito nada de errado e pediu a dissolução do parlamento para formar uma nova coalizão de governo, com a justificativa de que aquela que o representava demonstrava não ter mais confiança nele.
O presidente, no entanto, negou a dissolução e respondeu que iria conversar com os principais partidos do país antes de anunciar qualquer medida. Por isso, sem conseguir a dissolução, Gunnlaugsson deixou o cargo.
Entenda
Na segunda-feira, milhares de pessoas protestaram em frente ao parlamento de Reykjavik exigindo a saída do primeiro-ministro após as revelações de que Gunnlaugsson manteve com sua esposa uma empresa em um paraíso fiscal.
Segundo os documentos revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), o primeiro-ministro possuía 50% da empresa offshore até o fim de 2009. Contudo, quando foi eleito deputado pela primeira vez, em abril de 2009, ele omitiu a participação em sua declaração de patrimônio, o que é ilegal.
A oposição de esquerda também exigia a renúncia do primeiro-ministro após ser revelada a existência de uma offshore criada por sua esposa nas Ilhas Virgens britânicas em 2007 para gerir sua fortuna.