Lava Jato cumpre 22 mandados de prisão por propina em obra da Petrobras na Bahia
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira 22 mandados de prisão e diversas ordens de busca e apreensão. A ação faz parte de nova fase da operação Lava Jato, que investiga suspeita de pagamento de propina de R$ 68 milhõe de empreiteiras a agentes públicos e empresários na construção de um prédio da Petrobras na Bahia. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal.
A investigação se concentra na construção da sede da Petrobras em Salvador, denominada Torre Pituba, que, segundo o MPF, foi alvo de esquema de superfaturamento e contratações fraudulentas no período de 2009 a 2016. A obra foi realizada pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, que, simultaneamente, montaram esquemas de pagamentos de propinas.
Com todos os aditivos contratuais voltados a aumentar o volume das vantagens indevidas pagas, o valor total da Torre Pituba foi a mais de 1,3 bilhão de reais, em valores corrigidos até novembro de 2018, de acordo com o MPF.
“De acordo com as investigações, no esquema ilícito montado desde o início, Petrobras e Petros formaram grupos de trabalho nos quais seus integrantes, em conluio com outros dirigentes da estatal e do fundo de pensão, em troca de vantagens indevidas, inclusive para o Partido dos Trabalhadores (PT), passaram a fraudar os procedimentos seletivos para a contratação da empresa gerenciadora da obra, da responsável pelo projeto executivo e das empreiteiras que ficaram responsáveis pela obra”, disse o MPF em comunicado.
De acordo com os procuradores, foram obtidas evidências por meio de quebra de sigilo de dados bancários, fiscais, telemáticos e telefônicos, que revelaram ainda que pagamentos de propina a agentes públicos da Petrobras e a dirigentes da Petros ocorriam em diferentes endereços, inclusive em hotéis de São Paulo, enquanto os pagamentos ao PT eram feitos por pessoa interposta ao então tesoureiro do partido, João Vaccari, já preso pela Lava Jato.
O MPF não identificou de imediato os alvos dos mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal no âmbito da operação, a 56ª fase da Lava Jato. Das prisões, 8 são preventivas e 14 são temporárias. Os 68 mandados de busca e apreensão estão divididos entre os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, de acordo com a Polícia Federal.
A operação foi nomeada de “Sem Fundos”, que, segundo a PF, é uma referência às perdas do fundo de pensão da Petrobras.
Procuradas, Petrobras, Odebrecht e OAS não responderam de imediato a pedidos de comentários. Até o momento a direção nacional do PT não se manifestou sobre o assunto, informou a assessoria do partido.
Da Redação, com agência Reuters