Será que a tecnologia afeta a política brasileira
Todos nós sabemos que o mundo tem mudado nas últimas décadas, tornando-se mais tecnológico do que nunca e acarretando, nestes avanços digitais, alterações que promovem mudanças políticas, econômicas e sociais.
Quando se utilizam as redes sociais, se está a pesquisar as mais recentes novidades do mundo ou simplesmente a editar fotos em seu celular, é natural que não se aperceba, num primeiro instante, de que a mesma tecnologia que tem nas suas mãos tem um enorme potencial para mudar as estruturas vigentes.
O poder da tecnologia, no entanto, é efetivo e a preocupação com estas questões é de tal forma pertinente que os Estados Unidos da América já começam a colocar empresas tecnológicas estrangeiras de destaque – como a Huawei – na sua lista de entidades, com medo de eventuais ameaças à sua segurança nacional.
Sabemos, portanto, que o poder tecnológico pode afetar fortemente as questões da política. Mas e no Brasil? Como é que o mundo digital afeta a política brasileira?
20 anos de mudanças políticas e tecnológicas
Mais do que simplesmente afetar as dinâmicas políticas, ao longo dos últimos 20 anos, o Brasil assistiu a novas formas de existência política, com o aparecimento de uma política de ciência e tecnologia, que se manifesta nas escolhas financeiras e institucionais.
Os projetos levados a cabo pelo país, para tentar equilibrar a sua produção com a do resto do mundo para não depender de fontes externas para obtenção de estruturas tecnológicas é um bom exemplo disso mesmo.
Além disso, no Brasil, as tecnologias têm sido, também, importantes difusoras de pensamentos e ideologias; sendo este um dos países nos quais mais se ouve falar das Fake News. Mas não são só notícias falsas que alteram a forma como a política se faz e chega ao grande público. Estas redes servem também para denunciar manobras políticas, sendo um exemplo bem recente a denúncia das lógicas de lawfare, que acusam a justiça brasileira de abrir uma guerra jurídica contra as estruturas governamentais e de manipular, desta forma, os regimes políticos com acesso ao poder.
Política e tecnologia: quem regula quem?
As novas tecnologias têm vindo a provar que podem ter um impacto efetivo nas formas como encaramos a política e como esta é feita num país.
O movimento “Ele Não”, que viria a ser mal sucedido com a eleição do atual presidente, Bolsonaro, é um forte exemplo de como as novas mídias sociais podem contribuir para a união internacional por uma causa política.
Da mesma forma, o uso das ferramentas como denúncia pode ser encarado como um mediador das políticas brasileiras e internacionais, na medida em que mantém o interesse público focado nas questões da política, facilitando ainda manifestações de descontentamento e a expressão de críticas. Nesta medida, também a luta pelos direitos é potenciada pela tecnologia.
Evidentemente, no Brasil, tal como no resto do mundo, existe uma tentativa governamental para controlar os efeitos dos mídia digitais e da tecnologia em geral, para tentar promover os interesses do governo vigente.