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Se Cristina Kirchner fechar a economia argentina, saímos do Mercosul, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (15) que se o futuro novo governo da Argentina fechar sua economia, o Brasil deixará o Mercosul: união aduaneira que também abarca Paraguai e Uruguai.

“Se a Cristina Kirchner entrar e fechar a economia, a gente sai do Mercosul”, ressaltou Guedes, em evento promovido pelo Santander em São Paulo.

Nesta semana, o mercado argentino passou por forte abalo com a vitória do candidato de oposição Alberto Fernández nas eleições primárias, afetando severamente as chances de reeleição do presidente Mauricio Macri.

Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como sua companheira de chapa, abriu forte vantagem nas primárias em relação a Macri, que é defensor do livre mercado.

Em sua fala, Guedes defendeu que o Brasil nunca precisou da Argentina para se desenvolver, frisando que o foco do governo é a recuperação da dinâmica de expansão da atividade econômica.

“O comércio exterior é uma cauda balançando, mas nossa preocupação principal é interna. O Brasil é uma economia continental e precisamos recuperar nossa dinâmica própria de crescimento. Nós não somos tão dependentes lá de fora”, explicou.

“Se o mundo desacelerar, não creio que vamos ter tanto impacto aqui porque o Brasil virou uma ilha isolada”, completou.

Em meio a uma alinhamento entre Brasil e Argentina, o Mercosul fechou no fim de junho acordo de livre comércio com a União Europeia após negociações iniciadas há 20 anos.

Recentemente, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que há hoje “conexão e coincidência de propósitos” entre o presidente Jair Bolsonaro, Macri e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Guedes afirmou ainda que a receita para o Brasil se desenvolver é “consertar aqui dentro e esperar o pau comer lá fora. Se eles caírem lá fora, nós vamos continuar vendendo pra eles e continuar comendo pelas beiradas. Pode afetar alguns preços relativos, mas não temo que seja um impacto muito grande por aqui”.

PRIVATIZAÇÕES

Em seu discurso no Santander, Guedes também afirmou que o governo vai acelerar as privatizações e destacou que o apoio do presidente Jair Bolsonaro ao programa está aumentando.

“Meu trabalho é tentar vender todas as estatais”, salientou.

O ministro ainda apontou que agora é preciso avançar com a reforma tributária, ressaltando que a proposta do governo é unificar o sistema. “Quem quiser fazer vem junto, e quem não quiser fica fora, igual foi feito na Índia e no Canadá”, completou.

Da Redação, com Agência Reuters

Redação Brasil News

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