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Dilma nega reforma ministerial e diz que mudança na Educação é pontual

A demissão do ministro da Educação, Cid Gomes, após sua desastrada ida à Câmara dos Deputados, chegou a ser comemorada por alguns líderes partidários, inclusive do PT, que alimentam a expectativa de uma reforma ministerial. Mas a se são para valer as declarações feitas nesta data pela presidente da República, no Palácio do Planalto, a tão esperada “dança das cadeiras” não vai acontecer. Dilma atribuiu a reforma “a uma invenção dos jornalistas” e completou: ”Não tenho perspectiva de alterar nada nem ninguém. A mudança no MEC é apenas pontual”.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, negou nesta quinta (19) que o PMDB vá pleitear o Ministério da Educação após a saída de Cid Gomes da pasta. Renan disse que cabe à presidente definir quem deve assumir os cargos, sem interferências partidárias. “O PMDB, no presidencialismo, não pode pleitear nada. A presidente, quando entende que é importante a participação do partido em alguma pasta, a presidente convida. Mas é preciso que nós tenhamos presente a lógica do presidencialismo”, afirmou.

DANÇA DAS CADEIRAS

Cid Gomes foi afastado do ministério da Educação em uma situação inédita e constrangedora para a presidente Dilma, já que a demissão foi anunciada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, depois que o ministro, durante audiência no plenário, atacou o PMDB e reafirmou que existem “400 achacadores” na Câmara.

Os jornalistas que estavam no Palácio do Planalto, para a cobertura do lançamento da “MP do futebol”, aproveitaram o momento para cobrar da presidente Dilma uma definição sobre a reforma ministerial, mas receberam uma “ducha de água fria”, quando a presidente disse que a “reforma ministerial é uma panaceia, ou seja, não resolve todos os problemas”. Na verdade, se equivocou. Ele pretendia dizer: “não é uma panaceia”.

Questionada se devolveria a pasta da Educação para o PT ou a entregaria para o PMDB, Dilma reagiu e respondeu que o MEC “não é dado a ninguém”. E acrescentou: “vou escolher uma pessoa boa para a Educação, e pessoa deste, daquele ou de outro partido”. Ela prometeu, no entanto, que fará a nomeação “o mais rápido possível”. “Nos próximos quatro anos serão construídas as bases para a educação”.

A expectativa de alguns líderes partidários, inclusive do PT, é o ministro Aloizio Mercante, agora na Casa Civil, ser deslocado para o Ministério da Educação, cargo que já ocupou no primeiro mandato da presidente Dilma. A mudança é defendida pelo ex-presidente Lula, que não esconde sua insatisfação com a presença do ministro Mercadante conduzindo os contatos políticos entre o governo e o Congresso. Lula também defende, nas conversas reservadas com a presidente Dilma, a substituição do ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais, a quem cabe de fato a articulação política do governo. Se prevalecer a vontade do Lula, o ministro da Defesa, Jacques Wagner, deixa a Defesa e ocupa o lugar de Mercadante, na Casa Civil.

No PMDB, a expectativa é de que o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atualmente sem mandato, ingresso no ministério da presidente Dilma: ele recebeu a promessa de assumir o Ministério do Turismo caso não fosse investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava-Jato, o que se confirmou. A vaga reservada para Alves é o Ministério do Turismo, mas o PMDB apresentou a proposta para a presidente de colocá-lo na articulação política. Com a experiência de décadas no Congresso e trânsito com diferentes partidos, ele substituiria Pepe Vargas (PT-RS) nas Relações Institucionais.

Apesar de a presidente Dilma negar a intenção de promover uma reforma ministerial, líderes da base aliada alimentam a esperança de uma mudança na postura da presidente. Os que defendem a reforma se apegam a uma brecha deixada pela presidente. Ela disse: “Eu não tenho perspectiva de alterar nada e nem ninguém” e fez a ressalva: “Mas, as circunstâncias às vezes obrigam você a alterar, como foi caso da Educação”.

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