Uma “piada” pejorativa surpreendeu o casal de empresários Rodrigo Vilar, 38, e Giorgio da Silva, 35. Ao fazer reparos na internet dos dois, o técnico da GVT mudou o nome da rede sem fio para “viadao”. Antes disso, a rede estava com o nome da loja que o casal possui.
“Quando o técnico saiu fomos conectar os aparelhos à internet e procurei o nome da loja, mas não aparecia. Até brinquei com uma cliente ‘tem uma rede aqui viadao que está bem forte’. Na mesma hora tive um estalo, pedi para que a cliente colocasse a senha do nosso WiFi, que é a data que conheci meu marido, e para nosso constrangimento, a rede conectou”, afirmou Vilar.
Juntos há três anos, os empresários contaram ainda que em nenhum momento o técnico mostrou-se preconceituoso quanto à orientação sexual dos dois. “Ele estava o tempo todo no celular com alguém e não falou nada. Só ao sair disse que estava tudo ok, foi quando descobrimos essa brincadeira totalmente pejorativa. A gente se trata por amor e ele pode ter ouvido isso”, disse Vilar.
Segundo o casal, a sexta à tarde é o período de maior movimento na loja que administram. Tanto eles quanto os clientes ficaram constrangidos com a atitude. “A loja é um lugar que família, casais e muitos trazem as mães para mostrar nossa história. Esta foi a primeira situação transparente, declarada, que passamos. Mas, preferimos que isso acontecesse com a gente porque se fosse um casal mais novo poderia não ter maturidade de como agir. Hoje a gente se aborrece, mas quando você se posiciona, tem sua vida definida, fica mais fácil cobrar respeito”, ressaltou o empresário.
Ainda nesta sexta-feira (18), assim que fecharam a loja, os empresários tentaram registrar Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia do bairro de Boa Viagem, localizada na zona Sul de Recife. Porém, o expediente dos policiais havia encerrado. Por isso, neste sábado (19), eles voltam à delegacia.
Além de registrar o Boletim de Ocorrência, eles asseguraram que vão ingressar com ação na Justiça. Vilar e Silva registraram o ocorrido na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na noite desta sexta-feira (18).
Em nota, a Telefônica Vivo, que é detentora da GVT, disse que repudia atitude do funcionário e vai investigar a situação. “Se constatada a conduta incorreta, totalmente conflitante com a orientação da companhia, tomará medidas administrativas rigorosas e reforçará ações de orientação para evitar que situações desse tipo voltem a ocorrer”, informou a empresa.
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