O coronel reformado do Exército, suposto personagem relevante da Ditadura Brasileira, Carlos Alberto Brilhante Ustra morreu na madrugada desta quinta-feira (15) aos 83 anos, em Brasília.
Brilhante Ustra foi chefe, entre 1970 e 1974, do DOI-Codi de São Paulo. O local é considerado um dos principais centros de repressão e tortura do Exército durante a ditadura.
A morte foi confirmada pelo Hospital Santa Helena, onde Ustra estava internado. No entanto, não foram reveladas as causas do óbito.
Em 2013, durante depoimento à Comissão da Verdade, o coronel afirmou que, se não fossem os militares, o Brasil estaria sob uma “ditadura do proletariado”.
Ainda em sua fala, Ustra negou ter praticado tortura. O militar disse que obedecia a ordens superiores e não havia “nenhum anjinho” preso ali. “Quem deveria estar aqui é o Exército brasileiro”, salientou.
À Comissão da Verdade, o coronel disse também que agiu com a consciência tranquila. “Nunca ocultei cadáver. Sempre agi dentro da lei.”
Em Junho deste ano, o procurador-geral da República Rodrigo Janot, tentou retomar ação contra Ustra no Superior Tribunal Federal (STF). Na Justiça Paulista, o coronel é acusado de sequestro e cárcere privado de um ex-preso do DOI-Codi.
Segundo dados do projeto Brasil: Nunca Mais, na época em que Ustra estava à frente do DOI-Codi, foram somados mais de 502 casos de tortura.
Em 2008, Ustra se tornou o primeiro militar a ser declarado pela Justiça como responsável por casos de tortura praticados durante o regime militar e, em 2012, foi o primeiro agente da ditadura condenado a pagar indenização a parentes de uma vítima da repressão, no caso do jornalista Luiz Eduardo Merlino. O coronel recorria à Justiça em ambos os casos.
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