Mulheres mais jovens estão menos interessadas no trabalho doméstico. Pelo menos é o que aponta o levantamento Pnad 2014– Breves Análises, lançado, nesta quarta-feira (30), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Nos últimos dez anos, segundo a pesquisa, houve um envelhecimento da categoria de trabalhadoras domésticas. Em 2004, elas tinham idades entre 18 e 29 anos e representavam 30% da categoria. Em 2014, o percentual caiu para 14%. O número pode indicar que a ocupação perdeu o interesse entre as mulheres mais jovens. O que pode indicar que elas têm tido a chance de estudar mais e entram no mercado de trabalho em outras ocupações.
“Há duas questões que vão afetar o setor daqui para frente. Um é o envelhecimento dos empregados. Com as melhorias nas condições econômicas, ele [o setor] se tornou pouco atrativo. Esse é um fator de estruturação do setor, porque vai escasseando a mão de obra e a capacidade de negociação das trabalhadoras melhora”, analisa o diretor de estudos e políticas sociais do Ipea, André Calixtre.
A análise do Ipea aponta ainda que a base estruturante dos avanços sociais no Brasil que vêm sendo feitos desde 2003 se perpetuam. Há crescimento real da renda do trabalhador, diminuição de desigualdades e aumento da escolaridade. Os dados da Pnad revelam uma redução na taxa da pobreza extrema que caiu 29,8% de 2013 para 2014.
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