Em ofício enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, indicou que “seria talvez oportuno” que os delatores do esquema de corrupção da Petrobras fossem escutados na ação que investiga a eleição da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.
O juiz também informou que, em uma das sentenças que proferiu no caso, ficou comprovado o uso de propina com recursos da Petrobras para realizar doações eleitorais.
Vale lembrar que a ação é uma das quatro já impetradas pelo PSDB para cassar o mandato da petista e do vice.
O ofício de Moro ao TSE foi enviado em resposta a um pedido do PSDB para juntar ao caso provas colhidas em vários processos da Lava Jato. No documento, o juiz diz que “é tecnicamente inviável” conceder em papel todas as ações e inquéritos do caso.
Moro, porém, enviou diversas denúncias e sentenças relacionadas às empreiteiras Camargo Correa, UTC, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Setal Óleo e Gás, Odebrecht e Andrade Gutierrez que revelariam o desvio de propinas para campanhas.
“Destaco que na sentença prolatada na ação penal 5012331-04.2015.404.7000 [relacionada à Setal] reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras para doações eleitorais registradas. Por ora, é a única sentença prolatada que teve fato da espécie como objeto”, destacou Moro no texto.
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