Para Cunha, cassação de seu mandato é “processo político”

Ao apresentar sua defesa contra o processo de cassação do seu mandato, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse ser alvo de um “processo político” e afirmou ter atuado na elaboração do recurso à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) contra a decisão do Conselho de Ética.

Cunha afirmou que o pedido de cassação contra ele seria motivado pelo descontentamento político com suas ações na Câmara.

“É um processo político que começou pelo inconformismo com minha eleição [à presidência], quando derrotei o candidato da presidente afastada e o candidato das oposições, em primeiro turno”, afirmou. “E as pautas colocadas por mim desagradaram muitos. Tratar de terceirização, redução da maioridade penal, temas de segurança pública, temas de família”, completou peemedebista.

Cunha destacou também que a maioria dos parlamentares vai votar no processo contra ele com base em razões políticas. “90% de vocês não estão decidindo por razões técnicas”, afirmou.

Cunha disse ter atuado pessoalmente na elaboração do recurso à comissão e reforçou sua fama de ser conhecedor do Regimento Interno da Câmara. “Diria que este recurso, com brilhante colaboração de Marcelo Nobre, é em grande parte de minha própria lavra”, apontou. “Até os meus mais ferrenhos adversários dessa Casa sabem da minha familiaridade com o regimento desta Casa. Nenhum desses pontos seria por mim negado se o processo fosse contra qualquer outro deputado”, afirmou.

Entenda

A CCJ teve início nesta terça-feira (12) e vai analisar recurso de Cunha contra decisão do Conselho de Ética de aprovar parecer que pede a cassação do seu mandato.

A análise do recurso na CCJ é o último passo antes de o processo de cassação ser votado pelos parlamentares Câmara, onde é preciso o voto de ao menos 257 deputados para aprová-lo.