A Nuclebrás, a maior e mais importante indústria de construção nuclear pesada brasileira, será submetida em breve aos interesses político-partidários. A Nuclep será moeda de troca para ajudar na aprovação da Reforma Trabalhista e da Previdência. O Diário Oficial da União publicou há dois dias a atual diretoria da estatal será destituída para dar lugar a apadrinhados políticos do ministro Gilberto Kassab (PSD) e do deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ).
Por exemplo, o “novo” diretor comercial, Luiz Renato de Almeida, é filiado ao partido Solidariedade e foi candidato a deputado federal em 2014. Luciana Camargo da Silva, a “nova” diretora administrativa foi cabo eleitoral de Pansera, tendo doado R$ 2 mil nas eleições de 2014. Além disso, ela se diz uma “Panserete” nas redes sociais.
O art. 17 da Lei das Estatais veda a indicação de dirigentes de partidos, de quem tenha participado de campanhas políticas ou prestado serviços à União e demais poderes nos últimos três anos para o comando de estatais. Além disso, os nomeados não possuem a qualificação necessária e respondem a processos na Justiça, o que, por si só, já o impediriam de tomar posse.
Mesmo assim, o ministro Kassab está disposto a encarar a briga em troca de mais apoio para as votações na Câmara e no Senado. O assunto voltou a pauta após no início deste mês. No dia 17 deste mês, o Conselho de Administração do órgão deve se reunir para deliberar sobre a decisão.
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